Eleitorado idoso cresce, e candidatos formulam propostas

TSE mostrou aumento de 20% no número de eleitores maiores de 60 anos. G1 questionou os 11 presidenciáveis sobre propostas para essa faixa etária.

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O poder de influência dos idosos aumentou na eleição deste ano, segundo dados recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mostram o eleitorado brasileiro mais velho. Por isso, o G1 procurou os 11 candidatos à Presidência da República para saber o que eles propõem para esse segmento (veja mais abaixo).

Segundo o TSE, o total de eleitores acima de 60 anos cresceu 20% em relação a quatro anos atrás – o contingente passou de 20 milhões para 24,2 milhões.

Além de defender reajuste nos benefícios da Previdência, o diretor Silberto Silva, da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), disse que os idosos estão "esquecidos". Ele apontou a falta de geriatras no sistema de saúde pública.

"Nós vamos ver os programas eleitorais e ver o que eles têm para oferecer para a gente. Poderia ter no país, no lado da saúde, um hospital geriátrico para os idosos. Por que não tem um centro de integração do idoso? Tem que ter mais geriatras disponíveis na saúde pública."

O presidente da Associação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da região do ABC paulista, Luiz Antonio Ferreira Rodrigues, prioriza o reajuste nos benefícios. “É um direito. Não estamos pedindo para dar nada a mais que um direito. Quem pegou sete, oito, dez salários mínimos, está ganhando um salário [mínimo] depois de aposentado", disse o representante da associação, que conta com 10 mil idosos e aposentados.

Nas ruas, aposentados ouvidos pelo G1 (veja no vídeo acima) reivindicam o mesmo – reajuste nos benefícios da aposentadoria e políticas de saúde específicas.

"Espero justiça, principalmente pra nós, aposentados, porque a inflação só aumenta e o salário para nós só desce. Aí, sofremos porque temos que pagar plano de saúde", disse Pedro Santos, de  68 anos.

Walter de Jesus, 77 anos, afirma que vai votar, embora não seja obrigado – o voto é facultativo para menores de 18 anos e para maiores de 70. "Eu adoro votar, eu gosto de ser cidadão. Para a classe idosa, eu espero que melhore muito [...]. Eu pago R$ 2 mil só no plano de saúde".

Presidenciáveis
Confira abaixo como os candidatos a presidente pretendem tratar as questões da pessoa idosa (desde a semana passada, o G1 procurou as assessorias dos 11 candidatos – não obteve respostas de Levy Fidelix, do PRTB, Mauro Iasi, do PCB, e de Rui Costa Pimenta, do PCO).

Dilma Rousseff (PT)
Segundo a assessoria da campanha, o programa de governo ainda será aprofundado em relação às políticas para idosos, mas em caso de reeleição da presidente haverá a "continuidade da transformação que ocorreu no país nos últimos 12 anos".

De acordo com a assessoria, a vida dos idosos melhorou e que "prova disso é que eles estão vivendo mais e melhor". Apontou como projetos a implantação de academias da saúde, o Plano de ação para o Enfrentamento da Violência contra Pessoa Idosa, a Farmácia Popular e destacou que "ainda há muito a avançar".

Aécio Neves (PSDB)
O candidato do PSDB propõe a criação de política pública de cuidadores de idosos, melhoria no acesso a tecnologias e criação de instituições de abrigamento para idosos em situação de maus tratos.

Segundo a assessoria do presidenciável, as propostas ainda serão detalhadas no programa de governo que será divulgado em setembro.

Eduardo Campos (PSB)
A assessoria de imprensa informou que o programa de governo será apresentado em 13 de agosto e "trará vários compromissos voltados para a melhoria da qualidade de vida das pessoas da melhor idade".

Nas diretrizes do governo, o candidato afirmou que pretende criar estruturas para atendimento especial de idosos vítima de violência e criar marco regulatório para funcionamento de asilos.

Pastor Everaldo (PSC)
Por meio da assessoria, o candidato afirmou que conhece as necessidades do idoso e que pretende dar "tratamento prioritário" aos cidadãos maiores de 60 anos.

"Meu pai tem 82 anos e minha mãe 75. Eu sei exatamente o que um idoso necessita e no meu governo vou dar atendimento prioritário em todos os níveis da área social para idoso", disse Everaldo, por meio da assessoria.

Luciana Genro (PSOL)
A candidata afirma que a defesa dos direitos dos aposentados foi "justamente o motivo" que fez o PT expulsá-la do partido em 2003. Ela defende o fim do fator previdenciário, que diminui o benefício de quem se aposentar antes, mesmo após já ter trabalhado o tempo exigido para pleitear aposentadoria.

Ela afirmou, em texto enviado ao G1, que pretende implantar projetos de esportes para os idosos e eliminar a carga tributária dos remédios. Disse ainda que não aceitará que casas que abrigam idosos desrespeitem os direitos humanos.

Eduardo Jorge (PV)
O candidato disse que o envelhecimento da população exige adaptações estruturais em relação à saúde e à Previdência. Entre as propostas, estão reservar orçamento da saúde para políticas para idosos e fortalecer a capacidade das pessoas e comunidades com o cuidado com a saúde, evitando sedentarismo e alimentação desbalanceada, por exemplo.

Eduardo Jorge afirmou que pretende propor uma nova reforma da previdência que garanta benefícios "dignos", além de incentivar que os mais velhos a continuar no mercado de trabalho. O candidato também pretende criar repúblicas para idosos e incentivar a formação de cuidadores.

Zé Maria (PSTU)
Por meio da assessoria, o candidato criticou a gestão atual da Previdência e o fator previndenciário, que reduziu as aposentadorias por tempo de serviço. Criticou a reforma da Previdência e disse que as mudanças que prejudicaram os servidorespúblicos foram aprovadas em meio ao esquema do mensalão.

Afirmou que defende o aumento geral das aposentadorias no mesmo patamar em que houve o reajuste do salário mínimo e o fim das isenções fiscais a empresas, que, segundo ele, prejudicam a arrecadação da Previdência. Propõe ainda política especial para garantir preço baixo de remédios para aposentados.

Eymael (PSDC)
O candidato afirmou que tem como metas de governo a valorização da vida e da família e que pretende valorizar o idoso, "assegurando o respeito e o reconhecimento que o poder público e a sociedade lhe deve assegurar".

Eymael disse, por meio da assessoria, que pretence criar "políticas de apoio específicas" para os maiores de 60 anos.

 

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