Desde 1980, brasileiros são deportados dos EUA com algemas; saiba o motivo

A prática, segundo autoridades estadunidenses, visa proteger tanto os detidos quanto os agentes, evitando possíveis acidentes ou atos extremos

Reportagem da “Folha de S.Paulo” de 16 de agosto de 1988 | Reprodução/Folha de São Paulo
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As imagens de brasileiros deportados dos Estados Unidos algemados e com correntes nos tornozelos não são novidade. Desde os anos 1980, esse procedimento é adotado por agentes de imigração norte-americanos durante o transporte de imigrantes ilegais, incluindo voos de deportação. A prática, segundo autoridades estadunidenses, visa proteger tanto os detidos quanto os agentes, evitando possíveis acidentes ou atos extremos.

Na década de 1980, a crise econômica no Brasil, marcada por hiperinflação e planos de estabilização fracassados, levou muitos brasileiros a buscar oportunidades nos EUA. Governador Valadares, em Minas Gerais, ficou conhecida como “Governador Valadólares” devido ao grande número de remessas de dinheiro enviadas por imigrantes ilegais. A cidade se tornou um símbolo dessa migração, e muitos de seus moradores foram deportados algemados.

Fuga em Nova York e histórias de resistência

Em 16 de agosto de 1988, o site Folha de S.Paulo publicou uma foto de brasileiros algemados sendo escoltados ao consulado do Brasil em Nova York para receber documentos de deportação. Curiosamente, ao saírem do prédio sem algemas, alguns conseguiram fugir, escapando do processo de deportação. O episódio virou um marco na história das deportações e mostrou a resistência de muitos imigrantes.

Reportagem da “Folha de S.Paulo” de 16 de agosto de 1988

Prática mantida até os dias atuais

Mesmo após décadas, a prática de algemar deportados persiste. Durante a gestão de Joe Biden, 32 voos de deportação trouxeram brasileiros algemados até o desembarque em solo brasileiro. A cena recente de deportados chegando ao Brasil algemados reacendeu memórias e debates sobre o tratamento dado a imigrantes ilegais. Como disse um deportado anônimo: “A algema é a mesma, mas a esperança de recomeçar sempre renasce”.

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