O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) causou polêmica ao citar, durante a votação pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, homenagem ao Carlos Alberto Brilhante Ustra, primeiro militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador. A OAB acusa Bolsonaro de fazer apologia ao crime e pede sua cassação.
Na semana passada, a Assembleia do Rio aprovou a concessão da Medalha Tiradentes, a maior honraria da casa, ao deputado federal que não pôde receber a medalha, já que deputados impediram solenidade no plenário da Alerj e entraram com um pedido à mesa diretora da casa para cassar a homenagem.
Segundo o deputado Marcelo Freixo (PSOL), embora na hora da votação cerca de 40 deputados estivessem na casa, apenas oito permaneceram em plenário no momento em que foi votado o requerimento do deputado Filipe Soares (DEM) para a realização da homenagem. Integrantes do PSOL, do PSDB, do PC do B e do PDT se retiraram do plenário.
Dos oito presentes, dois votaram contrários à solenidade. Sem quórum, não houve deliberação sobre o assunto. Nem o filho do homenageado, o deputado estadual Flávio Bolsonaro, apareceu na votação, segundo Freixo.
“Já tinha votado contra a concessão da medalha, em março, mas ela foi aprovada em plenário. Mas a homenagem que Bolsonaro prestou ao Ustra repercutiu muito mal. Até deputado que aprovou a concessão da medalha agora está contra. Somos contra o plenário da casa ser usado para uma solenidade que enaltece alguém que apoia o fascismo, a tortura, a homofobia. Uma coisa é ter opiniões divergentes. Outra coisa é o fascismo, que é violador e limitador da democracia, é uma ameaça à democracia. Por isso, vários deputados já estão neste movimento para cassar a Medalha Tiradentes de Bolsonaro”, explicou o deputado do PSOL.