O deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA) fez um pronunciamento contundente nesta terça-feira (21), na Câmara dos Deputados, ao anunciar a saída de seu pai, Rubens Pereira, do cargo de secretário de Articulação Política do governo de Carlos Brandão (PSB), no Maranhão. O parlamentar acusou o governo estadual de realizar gravações clandestinas.
“Gravar adversários já é repugnante! Imagine gravar os próprios aliados?!?”, declarou Rubens Jr. em tom de indignação.
O deputado se referia à divulgação de prints de conversas privadas mantidas com autoridades de Brasília sobre o governo Brandão. As mensagens foram transformadas em vídeo e divulgadas nas redes sociais, com o intuito de sustentar uma suposta conspiração judicial contra o governador.
Rubens Pereira Jr. afirmou que as gravações teriam sido feitas por ordem do próprio Carlos Brandão e de seu irmão, Marcus Brandão, e relatou detalhes do episódio, que também envolveria o ministro do STF Flávio Dino e o desembargador federal Ney de Barros Bello Filho.
“Só há um crime nesse episódio, e é o das próprias gravações clandestinas. Quem garante que outras pessoas não estão sendo gravadas por esta gente?”, questionou o parlamentar, cobrando apuração sobre o caso.
O deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA) confirmou, em discurso emocionado na Câmara dos Deputados, que manteve diálogo com o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino sobre as eleições de 2026 no Maranhão, a pedido do próprio governador Carlos Brandão (PSB).
“O governador me chama para um diálogo: ‘me ajude a construir a paz’, disse ele. Fui ao Flávio, assim o fiz; quando voltei para falar com ele, e o irmão, Marcus, fui gravado”, relatou Rubens Jr., em tom de indignação.
Segundo o parlamentar, durante a conversa com Dino, o ministro foi categórico ao afirmar que não participa mais de articulações políticas, por agora integrar o Judiciário. Ao mencionar a situação envolvendo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Rubens Jr. disse ter ouvido de Dino a resposta: “questões judiciais se tratam nos autos”. O ministro ainda o orientou a discutir o tema com Márcio Jerry (PCdoB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT).
“O diálogo existente foi tão somente este, mas foi transformado em uma paranoia pelo irmão do governador, que usa isso para chantagear e ameaçar”, afirmou o deputado, visivelmente abalado.
Rubens Pereira Júnior encerrou o pronunciamento em lágrimas, ao falar sobre seu pai, Rubens Pereira, então secretário de Articulação Política do governo Brandão. Na tribuna, anunciou que ele deixará o cargo de forma “irrevogável e irretratável”, em meio à crise política provocada pelas denúncias.