O boxeador Acelino Popó de Freitas, que a partir desta terça (1º) deve passar a ser conhecido por deputado Popó (PRB-BA), afirmou nesta segunda-feira (31) que vai continuar treinando boxe mesmo mudando-se para Brasília. Ele já antecipou seus primeiros adversários no ringue.
"Eu soube que o [senador Eduardo] Suplicy (PT-SP) é lutador de boxe, o primeiro a desafiar vai ser ele e [o senador] Magno Malta (PR-ES). São dois metidos a lutador de boxe, esse vai ser o meu primeiro desafio", brincou.
Assim como Popó, outros deputados de primeira viagem participaram nesta segunda do II Encontro Parlamentar da Câmara dos Deputados, evento de recepção aos novos parlamentares. O lutador foi eleito suplente na coligação de seu partido, e vai assumir a vaga deixada por Mário Negromonte (PP-BA), que assumiu o Ministério das Cidades - caso permaneça a regra de que a suplência deve ser indicada pela coligação.
Sobre a chegada à Câmara, Popó demonstrou espanto. "A gente fica um pouco perdido, aqui é muito grande. Eu já andei um tempão, pra voltar eu já não sei como volta, não", brincou, elogiando ainda a iniciativa da Casa de receber os parlamentares. "Antigamente, três anos atrás, eu calçava luvas e calções e colocava cinturões como campeão. Agora tenho que vestir terno e gravata. É totalmente diferente, tenho que estudar muito", afirmou.
Aprendizado
Nilda Gondim (PMDB) foi eleita na Paraíba deputada federal pela primeira vez e é também mãe do senador eleito Vitalzinho (PMDB-PB). Ela afirma que obteve experiência trabalhando por 12 anos como assessora na Câmara Legislativa de seu estado e que está por dentro das atividades que deve exercer na Câmara Federal. "Mas ainda tenho que aprender mais. Sempre precisa, né?"
O deputado eleito Jean Willys (PSOL-RJ), que ganhou fama após participar do programa "Big Brother Brasil", foi eleito usando como principal bandeira a defesa dos direitos do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, travestis e transgêneros). Ele falou sobre como é chegar à Câmara como parlamentar. "Não tenho essas vaidades, não. Eu sou um instrumento de representação do povo, não tenho a vaidade com o poder", disse.
Quanto às suas primeiras ações no cargo, Willys prometeu ouvir a população. "Meu mandato é cercado de esperança. As pessoas me encontram na rua e falam: "Olha, vê lá! Faz o melhor para nós, trabalha!". De uma forma geral, as pessoas têm uma imagem muito negativa da Câmara, e acho que essa imagem precisa ser desconstruída", afirmou.
Reformas
Um novo deputado que não é novato nos corredores do Congresso é o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que a partir desta semana troca o Senado pela Casa vizinha. "A Câmara é o fórum de discussão um pouco mais acalorado, o fórum onde você tem a primeira discussão. O trabalho é semelhante ao do Senado, evidentemente", disse Azeredo.
Sobre as discussões que o Congresso deve receber a partir deste ano, ele disse que a expectativa é grande e que as propostas de grandes reformas devem ser priorizadas pelo governo.
"É uma expectativa positiva, acho que vamos ter muitos temas a discutir. A questão das reformas, se o governo não propuser neste primeiro ano, sinto muito. Ou o governo propõe as reformas tributária e política agora, ou acho que dificilmente teremos [a aprovação] ainda nesta legislatura. (...) O Brasil amadureceu muito nos últimos anos, e essa é a expectativa de que possamos avançar ainda mais", declarou.