Deputado é suspenso do PT por 60 dias e não concorrerá à reeleição

O partido também decidiu instalar processo disciplinar para averiguar as denúncias contra o petista, durante o prazo de suspensão.

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (2) em votação unânime. | Folha
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A Executiva Estadual do PT suspendeu por 60 dias os direitos partidários do deputado estadual Luiz Moura, de São Paulo, que não deverá disputar as eleições deste ano. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (2) em votação unânime.

O partido também decidiu instalar processo disciplinar para averiguar as denúncias contra o petista, durante o prazo de suspensão. Segundo investigação da Polícia Civil, o deputado estadual participou em março de reunião, na sede de uma cooperativa de transportes, na qual estiveram presentes membros da facção criminosa PCC.

Em pronunciamento na semana passada, na Assembleia Legislativa, ele negou envolvimento com o crime organizado e atacou a imprensa. Caso seja confirmada a relação do parlamentar com o crime organizado, uma das sanções possíveis é a sua expulsão da legenda.

Com a decisão, o nome do parlamentar ficará de fora da lista de candidatos à Assembleia Legislativa que será aprovada na Convenção Estadual do PT em São Paulo, realizada no dia 15 de junho, e posteriormente enviada à Justiça Eleitoral.

"Com essa decisão, ele fica sem legenda para ser candidato. Ele não pode ser candidato", afirmou o presidente do PT em São Paulo, Emídio de Souza.

ENCONTRO

De acordo com investigação da Polícia Civil, o petista participou em março de uma reunião em que estiveram presentes ao menos 13 membros da facção criminosa PCC, realizada na sede de cooperativa de transportes da qual faz parte.

O deputado afirmou, no dia 28, em seu primeiro pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa desde que a investigação começou, que participou do encontro por sua militância na área de transportes e que tentava evitar que houvesse uma greve no setor dos transportes na zona leste.

Ele faz parte do conselho administrativo da cooperativa, segundo dados da Junta Comercial de São Paulo, embora sua assessoria diga que ele está afastado.

Dos 13 suspeitos do PCC, 11 não tinham ônibus ou ligação formal com a cooperativa e, assim, para a polícia, não tinham razões para estarem em reunião que, em tese, estaria discutindo interesses da categoria.

No último dia 27, Moura negou à imprensa que renunciaria ao cargo. "Jamais. Quem não deve não teme", disse.

Moura, ex-presidiário por assalto a mão armada no Paraná em 1991, contribuiu na administração Marta Suplicy (2001-2004) na organização do transporte coletivo na capital, quando havia uma série de conflitos da prefeitura com perueiros clandestinos.

O deputado foi eleito pelo PT em 2010 com 104.705 votos. Chegou a ficar preso por um ano e meio, mas conseguiu fugir. Ele ficou foragido por cerca de dez anos.

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