O clima de apreensão toma conta de Brasília após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar buscas nos endereços do deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Nos corredores do Congresso, circulam rumores de que uma nova operação policial, mirando simultaneamente meia dúzia de parlamentares, estaria prestes a ser deflagrada, possivelmente uma extensão daquela que levou a Polícia Federal (PF) à casa e aos gabinetes de Jordy.
Na última quarta-feira (24), em um gesto simbólico, Jordy foi reconduzido ao posto de líder da oposição na Câmara. No entanto, o clima de incerteza paira sobre outros parlamentares, e um deputado federal de primeiro mandato alertou sua família sobre a possibilidade de serem acordados pela PF. Ele expressou preocupação, mencionando que, após a operação contra Jordy, mais parlamentares, citados em inquéritos, poderiam tornar-se alvos.
Por enquanto, não há receio de prisões preventivas, mas sim de buscas e apreensões de telefones, computadores e documentos no âmbito da Operação Lesa Pátria. O inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, foca em atos antidemocráticos, não apenas no evento de 8 de janeiro, mas também em articulações prévias que teriam contribuído para as manifestações.
Com a investigação mantida em sigilo, é difícil prever para qual direção se inclinará a caneta de Moraes. Carlos Jordy tornou-se alvo após trocar mensagens com Carlos Victor de Carvalho, conhecido como CVC, um suplente de vereador no Rio. Este último teria articulado protestos antidemocráticos.
Após a operação contra Jordy, parte da oposição iniciou um movimento para pressionar pela instauração da chamada CPI do Abuso de Autoridade, visando apurar supostas ilegalidades do Judiciário e colocar uma lupa sobre o ministro Alexandre de Moraes. No entanto, essa iniciativa é vista com desconfiança, pois há avaliação de que deputados, principalmente do Centrão, poderiam negociar cargos com o governo Lula, fortalecendo ainda mais o ex-presidente junto ao STF.
Diante desse cenário, a tendência é que o foco da oposição se volte a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, buscando pressioná-lo a levar a plenário um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes.
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