A Câmara Legislativa do Distrito Federal cassou nesta terça-feira (22) o mandato da deputada distrital Eurides Brito (PMDB), flagrada colocando dinheiro na bolsa durante a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Eurides, que conseguiu na Justiça uma liminar para que a votação fosse secreta, não compareceu à Câmara Legislativa.
A peemedebista teve o mandato cassado por 16 votos a favor, 3 contra e 3 abstenções. Apenas um dos 24 parlamentares da Câmara Distrital não compareceu à sessão ? o deputado Benício Tavares (PMDB) está afastado por motivos de saúde. Antes da votação, a maioria dos deputados presentes usou a tribuna para manifestar sua posição sobre o processo de cassação.
Eurides era processada por quebra de decoro parlamentar. Ela foi a primeira cassada entre os oito parlamentares investigados de participação no esquema de corrupção chamado de mensação do DEM. Júnior Brunelli (PSC), que ficou conhecido como o deputado da "oração da propina" e Leonardo Prudente (DEM), que foi flagrado colocando dinheiro nas meias, renunciaram ao mandato parlamentar para fugir do processo de cassação.
O advogado de Euridice, Jackson Domênico, disse acreditar ser possível recuperar o mandato da parlamentar pela via judicial, mas afirmou que a decisão cabe à deputada cassada. ?Recorrer ou não recorrer é uma decisão da parlamentar. Tenho convicção plena de que ela pode recuperar o mandato na Justiça.?
O advogado não quis comentar a origem do dinheiro que a deputada foi flagrada colocando na bolsa. Eurides foi filmada pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal Durval Barbosa recebendo maços de dinheiro. ?Não quero entrar nesses pormenores?, disse ele, sobre o dinheiro. Na defesa da parlamentar, feita em plenário antes do começo da votação, o advogado alegou que os fatos aconteceram antes de ela assumir o cargo.
?Os fatos acontecerem antes de 2007, quando ela assumiu o mandato, portanto não poderiam fazer parte do processo.?