Demissão de ministro foi “conveniência” do governo, diz Aldo

Ele afirmou que será “firme” na relação com CBF, mas sem “ressentimento”

Aldo Rebelo, nesta sexta, em seu gabinete, na Câmara | G1
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O novo ministro do Esporte, deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP), disse nesta sexta (28), em entrevista, que a demissão do antecessor, Orlando Silva, foi "uma conveniência" do governo.

De camiseta, Rebelo passou a manhã desta sexta em seu gabinete na Câmara, onde se reuniu com cinco assessores. O Congresso estava esvaziado - o ponto para os funcionários foi facultativo devido ao Dia do Servidor Público. A cerimônia de posse do novo ministro está programada para as 15h da próxima segunda-feira, no Palácio do Planalto.

Indagado se havia sido justa a demissão de Orlando Silva, o novo ministro respondeu: "Não há demissão justa ou injusta. O que há é uma conveniência do governo e da chefe do Poder Executivo no caso. E o ministro foi quem tomou iniciativa de pedir afastamento, porque achava que não podia impor ao governo a continuidade de uma crise para a qual não se encontrou solução à vista", declarou.

Para ele, o ministro Orlando Silva é "um homem capaz, preparado, honesto e que ainda terá grandes serviços a prestar ao PCdoB e ao país".

Copa

Rebelo afirmou que, no trabalho de organização da Copa do Mundo 2014 no Brasil, terá uma relação de "cooperação" com a CBF, e que não guarda "ressentimento", embora tenha sido presidente, em 2001, da CPI da CBF-Nike, que investigou os negócios da entidade máxima do futebol brasileiro.

"Não guardo nenhum tipo de ressentimento. A CPI não foi nenhum tipo de instrumento de vingança ou perseguição pessoal. O governo e o Ministério do Esporte vão trabalhar com a Fifa [Federação Internacional de Futebol] e a CBF [Confederação Brasileira de Futebol] principalmente no sistema de cooperação."

Segundo ele, a posição do governo nas negociações com Fifa e CBF será "firme", mas não de "confronto".

"Posição firme não significa confronto. Posição firme não significa afrontar instituições que também integram o esforço de construir a Copa do Mundo no Brasil", respondeu, ao ser indagado se o governo iria endurecer nas relações com a Fifa. "De César o que é de César e de Deus o que é de Deus. Da Fifa o que é da Fifa e do governo brasileiro o que é do governo brasileiro", disse.

Ele afirmou que as responsabilidades do governo são "instransferíveis". Se houver divergências nas negociações, segundo ele, serão analisadas e será adotada a "posição que corresponda aos interesses do país e da população brasileira".

Equipe do ministério

Segundo Aldo Rebelo, a nova equipe do ministério ainda não foi montada, mas ele disse que vai dar prosseguimento à dinâmica e aos cronogramas já em andamento adotados pelo governo em relação à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016. "O trabalho do ministério prossegue no mesmo caminho", disse.

O ministro afirmou que a presidente Dilma Rousseff, com quem conversou nesta quinta (27 no Palácio da Alvorada, o deixou à vontade para fazer mudanças na cúpula do ministério. "É natural que haja renovação, que haja mudanças quando elas forem necessárias", declarou.

Programa Segundo Tempo

De acordo com Rebelo, não haverá novos convênios do Programa Segundo Tempo entre Ministério do Esporte e ONGs, razão principal da crise que resultou na demissão de Orlando Silva.

Segundo ele, os convênios já existentes não serão renovados, mas ele afirmou que o programa, destinado a desenvolver atividades esportivas com crianças em comunidades carentes, terá continuidade.

"O Segundo Tempo, como programa, continuará existindo porque é um programa muito importante do governo e do ministério. Agora, nós vamos procurar celebrar esses convênios com entes públicos, principalmente com prefeituras", afirmou o ministro.

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