Delúbio Soares é o 11° condenado a se entregar a Polícia Federal no DF

O ex-tesoureiro do PT se apresentou na sede nacional da Polícia Federal, em Brasília.

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O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares se entregou à Polícia Federal em Brasília na manhã deste sábado (16). Na sexta, o relator do processo do mensalão e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, emitiu mandado de prisão para 12 condenados no processo, entre os quais Delúbio.

Segundo o advogado Arnaldo Malheiros, Delúbio estava em uma cidade de Goiás e viajou de carro para Brasília. "Ele acaba de se entregar. Já está em posse da Polícia Federal", disse às 11h30 ao G1 o criminalista, responsável pela defesa de Delúbio.

O ex-tesoureiro do PT se apresentou na sede nacional da Polícia Federal, em Brasília. Depois, ele foi levado para o prédio da Superintendência da PF no Distrito Federal, onde chegou às 14h46. Ele estava no banco de trás de um carro prata da PF, totalmente coberto por um terno cinza. O carro em que estava Delúbio chegou escoltado por outro veículo da PF. Nos bancos da frente, estavam dois policiais federais.

Pelo Twitter, o ex-tesoureiro do PT afirmou que se entregou para cumprir "a pena imposta em julgamento de exceção" após uma "perseguição covarde".

"Nosso compromisso com os brasileiros é tamanho e nossa fé nos ideais que professamos é de tal forma grandiosa que os imensos sacrifícios pessoais, os ódios que atraímos e as perseguições covardes as quais somos vítimas, nada representam", afirmou por meio da rede social.

Com a prisão de Delúbio, 11 dos 12 condenados que tiveram o mandado de prisão decretado já estão detidos. Ainda não se apresentou à polícia o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Os outros condenados que tiveram mandando de prisão e estão detidos em São Paulo, Minas Gerais e DF são: José Genoino, José Dirceu (SP); Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Simone Vasconcelos, Cristiano Paz, Romeu Queiroz, Kátia Rabello e José Roberto Salgado (MG); e Jacinto Lamas (DF).

O julgamento

Ao todo 25 réus foram condenados no julgamento do mensalão, realizado em 2012, sete anos depois que o escândalo estourou durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O STF considerou que um grupo comandado por José Dirceu, então chefe da Casa Civil, operou um esquema de compra de votos no Congresso (saiba as conclusões do julgamento).

Depois de uma fase em que as penas foram definidas ainda em 2012 (dosimetria) e um período em que os réus puderam apresentar recursos contra as decisões, o STF julgou esses recursos até setembro, aceitando parte deles e rejeitando outros. No dia 13 de novembro, o tribunal decidiu que já era possível fazer cumprir as penas definitivas (transitadas em julgado), mesmo que o réu ainda pudesse recorrer de parte das condenações.

Ordens de prisão

As ordens de execução imediata das penas foram dadas pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, e chegaram à Polícia Federal em Brasília por volta das 16h10 pelas mãos de dois oficiais de Justiça. A PF disse que enviaria os ofícios para as superintendências regionais por meio de fax para iniciar a execução das prisões. A polícia não divulgou o teor dos ofícios.

Condenados com mandado de prisão

A Polícia Federal em Brasília informou que os 12 mandados são referentes aos seguintes réus:

José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil

- Pena total: 10 anos e 10 meses

- Crimes: formação de quadrilha e corrupção ativa

José Genoino, deputado federal licenciado (PT-SP)

- Pena total: 6 anos e 11 meses

- Crimes: formação de quadrilha e corrupção ativa

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT

- Pena total: 8 anos e 11 meses

- Crimes: formação de quadrilha e corrupção ativa

Marcos Valério, apontado como "operador" do esquema do mensalão

- Pena total: 40 anos, 4 meses e 6 dias

- Crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas

José Roberto Salgado, ex-dirigente do Banco Rural

- Pena total: 16 anos e 8 meses

- Crimes: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas

Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural

- Pena total: 16 anos e 8 meses

- Crimes: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas

Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério

- Pena total: 25 anos, 11 meses e 20 dias

- Crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro

Ramon Hollerbach, ex-sócio de Marcos Valério

- Pena total: 29 anos, 7 meses e 20 dias

- Crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas

Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério

- Pena total: 12 anos, 7 meses e 20 dias

- Crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas

Romeu Queiroz, ex-deputado pelo PTB

- Pena total: 6 anos e 6 meses

- Crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do extinto PL (atual PR)

- Pena total: 5 anos

- Crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil

- Pena total: 12 anos e 7 meses

- Crimes: formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro

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