Durante o julgamento do chamado “núcleo 1” da ação penal sobre o suposto plano de golpe de Estado, o advogado Jair Alves Pereira, que representa Mauro Cid, declarou que “não houve coação” contra seu cliente ao longo do processo.
“Posso não concordar com o relatório e com o indiciamento do delegado, e de fato não concordo. Mas nem por isso posso dizer que ele coagiu o meu cliente ou cometeu uma ilegalidade”, afirmou na defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
O advogado também refutou a tese de pressão por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). “Não concordo com o pedido de prisão do ministro, mas não posso, por isso, dizer que ele me coagiu”, acrescentou.
Segundo Pereira, a equipe da Polícia Federal (PF) chefiada pelo delegado Flávio Schor atuou de forma “ética e profissional”, sempre garantindo a presença da defesa nas oitivas de Mauro Cid.
Quem são os réus do núcleo 1?
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o grupo considerado central no plano de golpe reúne outros sete réus:
Alexandre Ramagem – deputado federal e ex-diretor da Abin;
Almir Garnier – almirante de esquadra e ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno – ex-ministro do GSI;
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
Paulo Sérgio Nogueira – general e ex-ministro da Defesa;
Walter Souza Braga Netto – general, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, candidato a vice-presidente em 2022.
Quais crimes são imputados?
Os réus respondem no STF a cinco crimes:
Organização criminosa armada;
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Golpe de Estado;
Dano qualificado por violência e grave ameaça;
Deterioração de patrimônio tombado.
Apenas Alexandre Ramagem tem parte das acusações suspensas. Em maio, a Câmara dos Deputados aprovou a interrupção da ação penal contra ele em relação a dois pontos, de modo que responde apenas pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.