CPI não pode ser “instrumento de perseguição política”, diz senador

Para Pedro Taques (PDT-MT), CPI do Cachoeira “não pode fugir do foco”

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O senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou nesta segunda-feira (11) que a CPI do Cachoeira não pode ser "instrumento de perseguição política", em referência à disputa entre parlamentares de governo e oposição para pressionar os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que depõem nesta semana à comissão. Perillo falará nesta terça (12) e Agnelo, na quarta (13).

"A CPI é um instrumento político, mas não pode ser um instrumento de perseguição política. [...] Não pode ser uma CPI do PT contra o PSDB ou do PSDB contra o PT. É uma comissão que busca a verdade. Se eu entender que os esclarecimentos [de Perillo] não foram suficientes para afastar as dúvidas, temos outros meios para chegar a isso", disse.

Taques falou com a imprensa durante a reunião de juristas que discute um anteprojeto de reforma do Código Penal. O senador acompanhou parte da sessão desta segunda.

Para Pedro Taques, é de interesse do próprio governador de Goiás falar a verdade em relação à venda da casa, que pode ter sido feita por intermédio de Carlos Cachoeira - o governador negou ter conhecimento do envolvimento do bicheiro. "Ele tem interesse de revelar de que maneira foi feita a compra desta casa para estancar qualquer dúvida".

O senador também criticou o comando da CPI, presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e relatada pelo deputado Odair Cunha (PT-MG). "Não sei porque ele [presidente] não quer chegar no Fernando Cavendish [presidente afastado da Delta]. Todos têm que votar e assumir a responsabilidade. [...] Presidente e relator não são donos da CPI."

Outros depoimentos

Pedro Taques defende ainda que a comissão ouça os depoimentos do presidente afastado da Delta Fernando Cavendish e do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot. Em entrevista à revista "Istoé", Pagot fez acusações contra PT e PSDB por suposto uso do órgão para arrecadação de campanhas eleitorais em 2010.

"Eu entendo que a CPI não pode fugir do foco. A Delta é um dos focos da CPI. Não ouvimos o Pagot. Fiz um pedido ao Ministério Público Federal aqui de Brasília, para que ouça o Pagot. O Cachoeira está preso, algums envolvidos estão sendo soltos e não temos como fugir da Delta Nacional, inclusive das empresas fantasmas", explicou.

Segundo investigações da Polícia Federal,a construtora Delta, que tem diversos contratos com o governo federal, repassou dinheiro para empresas fantasmas que abasteciam o grupo de Carlinhos Cachoeira.

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