A CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira vai votar a quebra do sigilo das contas nacionais da construtora Delta em razão de evidências de que a empresa tenha repassado milhões a empresas de fachada que abasteceram a quadrilha de Cachoeira.
As investigações da Polícia Federaç mostram que a Alberto & Pantoja Construções recebeu da Delta nacional R$ 26 milhões. A empresa funcionaria numa oficina mecânica, numa cidade perto de Brasília.
Na conta da Brava Contruções, que, segundo a polícia, também é uma empresa de fachada que serve ao esquema de Carlinhos Cachoeira, a Delta nacional depositou pouco mais de R$ 13 milhões.
A ligação da Delta com Cachoeira também foi revelada em diálogos gravados pela polícia. Um deles foi entre o ex-vereador Wladimir Garcez e o bicheiro:
- Wladimir Garcez: Seguinte: então eu garanti que essa parceria tem que ser a nível de Brasil. Aí, vai depender da Delta. Então, qualquer coisa, cê tem que dar um toque no Cláudio, entendeu? Por eles, está tudo ok.
- Carlinhos Cachoeira: Excelente.
Segundo a polícia, o "Cláudio" citado na gravação é Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Centro-Oeste, que está preso.
O relator da CPI, deputado Odair Cunha, já admitiu que a investigação não poderá ficar restrita á Delta Centro-Oeste, como defendia até agora. Segundo ele, Cláudio Abreu tinha uma procuração para movimentar dinheiro da empresa, e este indício, segundo afirmou, é suficiente para quebrar o sigilo da empresa.
Para integrantes da CPI, essas constatações reforçam a tese de que o esquema entre a Delta e Cachoeira está espalhado pelo país.
"Temos que agora investigar as provas técnicas com a quebra dos sigilos fiscais e bancários que apontam de forma muito nítida o envolvimento da Delta nacional junto à organização criminosa", afirmou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).