Relatório da CPI das ONGs, no Senado, mapeou entidades ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que contam com representantes na Câmara a trabalhar por mais verbas para si, informa reportagem de Fernanda Odilla, publicada nesta segunda-feira pela Folha.
Segundo a reportagem, o documento revela que parte delas recebeu mais recursos da União depois que seus representantes foram trabalhar para deputados.
O texto cita assessores e ex-assessores dos deputados petistas Marco Maia (RS), Assis do Couto (PR), Anselmo de Jesus (RO) e Adão Preto (RS), já morto.
A Folha informa que o documento deu base para as quebras de sigilos de ao menos quatro entidades parceiras do MST que receberam cerca R$ 50 milhões dos cofres públicos --Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola), Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil), Cepatec (Centro de Formação e Pesquisas Contestado) e Fetraf-Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul).
Outro Lado
O MST admite que militantes do movimento participam de entidades prestadoras de serviços públicos, mas diz que não tem controle sobre elas nem sobre seus dirigentes, que têm autonomia para pleitear recursos.
A reportagem não conseguiu falar com as entidades que tiveram os sigilos quebrados. O ministro Guilherme Cassel nega que o governo sustente o MST e outros movimentos com verbas.
Maia e Couto dizem que a contratação dos servidores foi regular. Maia diz que nunca direcionou emendas a entidades do ex-assessor.