Após pedidos de senadores na CPI da Covid, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) voltou atrás de sugerir o indiciamento do senador Luis Carlos Heinze, também membro da comissão.
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Heinze havia sido incluído na lista de sugestões de indiciamento por incitação ao crime. Renan Calheiros tomou a decisão da inclusão ao atender a um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), feito após Heinze realizar a leitura de um resumo de seu relatório paralelo. O senador gaúcho defendeu o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19 e criticou o trabalho da CPI.
Em sua fala, Heinze afirmou que os membros da comissão se "negaram" a analisar "mais de 284 estudos da literatura médica sobre hidroxicloroquina". Segundo ele, a comissão "inventou crimes do governo" em uma "engenharia para atribuir culpa" ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Senadores governistas contestaram o indiciamento de Heinze. "Faço um apelo, sei que os nervos estão aflorados há seis meses, mas uma medida como essa passa um revanchismo e perseguição [...]. É uma covardia, estão colocando parlamentares em crimes que não estão inscritos, por crimes de opinião", disse Eduardo Girão (Podemos-CE).
O líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), classificou a atitude como uma "decisão acalorada" e fez um apelo por uma "nova reflexão sobre essa manifestação".