A CPI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira (15) a convocação da mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça. Cachoeira foi preso em fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, apontado como chefe de uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás.
O jornalista Carlos Bordoni, que afirma ter recebido R$ 40 mil por serviços prestados na campanha eleitoral do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), também foi convocado. Bordoni diz ter recebido da campanha de Perillo pagamento depositado na conta de sua filha por uma empresa apontada pela PF como uma das que abastecia o esquema de Cachoeira.
A comissão aprovou ainda a quebra, desde 1º de janeiro de 2002, dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da empresa de confecções Excitant.
A empresa emitiu três cheques, no valor total de R$ 1,4 milhão, usados no pagamento da venda da casa de Perillo, em Goiânia. Cachoeira estava na casa quando foi preso pela Polícia Federal, em fevereiro.
Também foram quebrados os sigilos fiscal, bancário e telefônico de outras quatro empresas: Rental Frota Logística, GM Comércio de Pneus e Peças, Faculdade Padrão e Mestra Administração e Participações.
Além de convocado para depor, o ex-assessor de Perillo Lúcio Fiúza teve os sigilos fiscal, bancário e telefônico quebrados pela CPI. Ele é mencionado em gravações de escutas telefônicas feitas pela PF de conversas entre integrantes do grupo de Cachoeira.
Além de Andressa Mendonça, Bordoni e Lúcio Fiúza, também foram convocados para prestar depoimento Hillner Ananias(ex-segurança do senador Demóstenes Torres); João Furtado de Mendonça Neto (atual secretário de segurança pública de Goiás); Alcino de Souza (policial civil aposentado, apontado pela PF como dono de empresa de fachada usada pelo esquema de Cachoeira); Rubmaier Ferreira de Carvalho (contador de empresa apontada pela PF como participante do grupo de Cachoeira), Ana Cardozo de Lorenzo (beneficiária de depósito da empresa Pantoja, uma das que atuavam no esquema, segundo a PF); Aredes Correia Pires(ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás, apontado pela PF como braço do grupo de Cachoeira na polícia); e Alexandre Milhomem (arquiteto responsável pelo projeto da casa de Marconi Perillo).
Desses, Lúcio Fiúza, Alcino de Souza e Rubmaier Ferreira de Carvalho tiveram os sigilos fiscal, bancário e telefonico quebrados, além de André Teixeira Jorge.
A data para os depoimentos ainda será definida pelo presidente. No total, a comissão aprovou, em votação simbólica, a convocação de dez pessoas citadas nas investigações das operações Monte Carlo e Vegas, da Polícia Federal.