Os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o elo entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e políticos aprovaram na manhã desta quinta-feira (17) um "apelo" para que o Supremo Tribunal Federal (STF) quebre o sigilo em relação aos processos da Operação Vegas e Monte Carlo, que já estão em poder da comissão de inquérito.
O requerimento, de autoria do líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares integrantes da comissão. O apelo da comissão será encaminhado ao ministro relator do processo no STF, ministro Ricardo Lewandowski.
O documento dirigido ao STF foi o primeiro dos mais de 70 requerimentos que estão previstos para serem votados na reunião da comissão desta quinta-feira. A maior parte dos pedidos é referente à quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônicos dos envolvidos nas denúncias que envolvem Cachoeira.
A comissão também vai votar requerimentos que pedem o sequestro de bens do bicheiro Carlinhos Cachoeira e de dados sobre movimentações internacionais feitas pelo bicheiro. Os integrantes da CPI também querem aprovar requerimentos que pedem dados ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações financeiras atípicas que tenham envolvido Cachoeira.
"Se não produzirmos hoje o material que estamos propondo votar não teremos material a partir de amanhã para trabalhar. Eu não abrirei mãos desta prerrogativa", disse o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
Sala secreta
Para evitar vazamentos dos documentos referentes às operações Vegas e Monte Carlo, o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), determinou a adaptação de uma sala no subsolo do plenário onde funciona a CPI. Além das câmeras, o recinto tem a entrada vigiada por policiais do Senado. O acesso é permitido apenas ao parlamentares integrantes da comissão e servidores autorizados.
Nesta terça-feira (15), os parlamentares que integram a CPI aprovaram o acesso de advogados do contraventor aos documentos sigilosos, a fim de que pudessem formular a defesa. A consulta ao material foi colocada como condição para Cachoeira depor à CPI. O depoimento estava previsto para esta terça, mas foi suspenso depois que a defesa do bicheiro recorreu ao Supremo Tribunal Federal. Um advogado de Cachoeira esteve no local nesta quarta analisando a documentação.