Em transmissão ao vivo realizada na quarta-feira, 29 de abril, o governador Wellington Dias (PT) apresentou um panorama atualizado da situação da Covid-19 no Piauí. Apesar de ainda ter leitos disponíveis, o líder estadual destacou que o número de contaminados vem dobrando a cada seis dias e o Estado vem enfrentando dificuldades para ampliar a rede, dado o verdadeiro leilão que se formou no mundo para a aquisição de respiradores.
Diante disso, o governador disse que não é o momento de flexibilizar o isolamento social, destacando a preocupação com a pandemia nos Estados fronteiriços, como Maranhão, Ceará e Pernambuco. Assim, ele citou que há quase 2,5 mil grupos em quarentena no Piauí colocados em quarentena após as barreiras sanitárias, a estratégia evitou a contaminação de familiares e a expansão desenfreada do vírus nos municípios.
“Temos hoje 2.481 grupos que permanecem em quarentena, quero agradecer a colaboração de todas essas pessoas. Uma pesquisa que fizemos revela que pessoas que vieram de outros Estados, teve a confirmação, fizemos o exame da pessoa da sua relação e como ela esteve em isolamento, nenhuma pessoa da família pegou. Mais ou menos 88% da população nem sintoma têm, 12% têm alguma complicação, destas cerca de 4% são os casos graves e demandam da nossa rede”, disse.
O líder estadual ainda conclamou para que os prefeitos acelerem a testagem, de modo a traçar com mais clareza o plano que vem sendo adotado pelo Estado. O momento é de união e foco.
“Já são 54 municípios com confirmação, conclamo os prefeitos para acelerar os testes. Na verdade muita gente que é contaminada nem sintoma tem, há a necessidade de se permanecer em alerta”, afirmou.
De acordo com ele, a Covid-19 já está em todas as regiões do Piauí, e a previsão é que haja entre 4 mil e 4,5 mil contaminados. "Quando dizemos que estamos com 450 casos pelo que aconteceu no mundo, aqui estamos testando os que chegaram na rede de saúde, ou quem teve contato com um positivo, mas o normal é dez vezes mais, então devemos ter entre 4 mil e 4,5 mil pelo nível de isolamento que tivemos", disse.
O governador ainda sintetiza que a procura por atendimento decorrente de doenças respiratórias cresceu 15 vezes neste ano, evidenciando ainda mais a necessidade de aumentar a rede hospitalar. "Toda essa rede que nós precisamos de tempo para fortalecer, porque quando olhamos o que aconteceu com as doenças respiratórias, não falo só da Covid-19, tô falando de pessoas com H1N1, Influenza, como o Brasil não fez o dever de casa para a vacinação de todas as pessoas, tivemos uma situação em que muitas pessoas demandaram vagas na rede hospitalar, foram 15 vezes maior, 15 vezes mais gente indo para a rede hospitalar", disse.
Assista a live na íntegra:
Síndrome Respiratória Grave avança 15% no Piauí.
O governador apontou que o sistema de saúde já vem sofrendo com o aumento na demanda provocada pela Covid-19, e apesar de não ser possível apresentar uma relação estrita, Dias sinalizou que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave tiveram alta de 15% neste ano, no comparativo com 2019.
“A Síndrome Respiratória Aguda Grave ampliou em 15% no comparativo ao ano passado, e dependem de leitos, e não são tantos”, disse.
Em uma semana, a demanda de leitos de terapia intensiva dobrou e isso provoca um temor futuro quanto a população procurar atendimento e não ter como atender a todos. “Quero fazer um alerta, na data de hoje estamos com 33% dos leitos que colocamos para Covid-19, há uma semana atrás ficava 16% a 18%, praticamente dobrou o número de pessoas que precisam de UTI”, sinalizou.
Governo corre contra o tempo para montar 310 leitos.
Durante a transmissão o governador também afirmou que o Estado está adquirindo leitos com a rede privada e vem enfrentando grandes dificuldades para ampliar a rede, devido a falta de equipamentos e a concorrência do mundo inteiro.
“Estamos numa corrida para até o dia 02 (de maio) aumentar para 310 leitos de UTI e estabilização. Nós temos que ter de adquirir leitos no setor privado, adquirir respiradores”, disse.
De acordo com ele, os leitos prometidos pelo Ministério da Saúde ainda não foram equipados completamente. “O plano nacional era para entregar 10 leitos de UTI, só entregaram as camas. Pessoas que venderam para o estado e tá tendo um leilão mundial, respirador que custa 18 mil dólares saindo por 50 mil dólares, isso é inadmissível. Pela necessidade fizemos a compra, fiz uma compra com o prefeito de Teresina e não recebemos, fizemos um plano para chegar a 600 leitos no dia 20 e não está fácil. Queremos que o isolamento nos permite um grau mais baixo de infecção quando garantimos esse equipamentos, temos 210 leitos agora disponíveis e a necessidade vai ser maior, tá praticamente dobrando a cada seis dias. Quero dizer que esse é um desafio”, destacou.