O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem ter sua primeira conversa direta desde o início da crise do “tarifaço” em formato remoto, por telefone ou videoconferência.
Um dos principais pontos da pauta será a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, imposta por Trump, além das sanções aplicadas a autoridades do Executivo e do Judiciário do Brasil.
O gesto de aproximação ocorreu nesta terça-feira (23), durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Após o discurso de Lula, os dois presidentes se cumprimentaram rapidamente antes de Trump subir à tribuna. O americano relatou que houve uma “excelente química” no breve encontro:
“Ele parece um cara muito legal, ele gosta de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócio com gente de quem eu gosto. Quando não gosto deles, eu não faço. Por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química e isso é um bom sinal”, afirmou Trump.
Mais cedo, Trump havia reiterado sua oposição à condenação de Jair Bolsonaro, seu aliado, sentenciado a 27 anos de prisão por golpe de Estado — um dos motivos das sanções impostas por Washington.
Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, a porta-voz da Casa Branca, Amanda Robertson, disse que o encontro entre os presidentes não estava previsto, mas confirmou que a relação comercial deve ser central na futura conversa:
“Agora é o momento de reavaliar a relação comercial entre os países”, declarou, explicando que caberá aos diplomatas de ambos os lados acertar os detalhes do diálogo formal.
Se confirmada, a reunião será o primeiro contato bilateral direto entre Lula e Trump, que até agora não haviam se encontrado desde o início de seus mandatos.