O Conselho dos Guardiães, encarregado de validar as eleições iranianas, recontará 10% das urnas do pleito do último dia 12, denunciado como fraudulento pela oposição.
"Embora o Conselho dos Guardiães não seja legalmente obrigado, estamos dispostos a recontar 10% das urnas ao acaso, na presença de representantes dos três candidatos derrotados", disse à TV estatal o porta-voz do Conselho, Abbas Ali Kadkhodaei.
Segundo o funcionário, o resultado final e definitivo da votação será anunciado na quarta-feira.
Hoje, os três candidatos derrotados na eleição compareceriam a uma reunião extraordinária do Conselho dos Guardiães para analisar as 646 denúncias de fraude apresentadas às autoridades.
No entanto, nenhum dos dois candidatos reformistas, nem Mir Hussein Moussavi nem Mehdi Karroubi, participaram da sessão. Apenas o conservador Mohsen Rezaei esteve presente.
Ontem à noite, Kadkhodaei afirmou que os candidatos foram chamados para que expressassem sua opinião e levassem suas queixas aos 12 membros do Conselho antes de uma decisão final.
O porta-voz disse ainda que o Conselho dos Guardiães - integrado por seis clérigos e seis juristas - já começou a examinar algumas das queixas apresentadas por Moussavi, Karroubi e Rezaei.
Entre elas, estão a presença de lacres defeituosos em algumas urnas, a falta de cédulas em vários colégios eleitorais, a compra de votos e o desvio do itinerário de algumas das 13 mil urnas móveis que viajaram pelas áreas rurais, onde o presidente Mahmoud Ahmadinejad assegurou sua vitória.
Apesar do anúncio da recontagem de parte dos votos, em 30 anos de existência, o Conselho dos Guardiães nunca anulou um processo eleitoral.