O Conselho de Ética do Senado arquivou nesta quarta-feira (19) todas as acusações contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). As denúncias foram arquivados por nove votos a favor e seis contrários à abertura de processo.
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Seis foram as denúncias analisadas em bloco pelos membros do colegiado. Quatro foram apresentadas pelo líder tucano Arthur Virgílio (AM) e duas em conjunto por Virgílio e Cristovam Buarque (PDT-DF). As representações foram cinco: três protocoladas pelo PSDB e duas pelo PSOL.
O colegiado ainda avaliará uma acusação apresentada pelo PMDB contra o líder tucano Arthur Virgílio.
Votaram a favor da abertura de processo os seguintes senadores: Demóstenes Torres (DEM-GO), Eliseu Resende (DEM-MG), Marisa Serrano (PSDB-MS), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Jefferson Praia (PDT-AM).
Votaram contra a investigação: Wellington Salgado (PMDB-MG), Almeida Lima (PMDB-SE), Gilvam Borges (PMDB-AP), Inácio Arruda (PCdoB-CE), o vice-presidente do conselho, Gim Argello (PTB-DF), o corregedor Romeu Tuma (PTB-SP). Três petistas também foram contra as acusações: o titular João Pedro (AM) e os suplentes Delcídio Amaral (MS) e Ideli Salvatti (SC).
A oposição já se prepara para apresentar recurso ao plenário do Senado, em uma nova tentativa de forçar a investigação das acusações contra Sarney.
As votações se repetiram tanto na análise em bloco das denúncias como na avaliação das representações. O presidente do conselho, senador Paulo Duque (PMDB-RJ) só votaria em caso de empate. O petista Eduardo Suplicy (SP) não votou, por ser o terceiro suplente do partido, mas deixou registrado que votaria a favor da investigação.
Seis foram as denúncias analisadas em bloco pelos membros do colegiado. Quatro foram apresentadas pelo líder tucano Arthur Virgílio (AM) e duas em conjunto por Virgílio e Cristovam Buarque (PDT-DF).
As denúncias têm um peso menor em relação às representações, apresentadas por partidos e que podem resultar em cassação. O caminho até a perda de mandato, no caso de uma denúncia, é mais longo.
Durante a sessão, foi lida no plenário do conselho uma carta do presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, com a orientação para que todos os integrantes do partido votassem pelo arquivamento das representações, por achar que o conselho "não tem condições para encaminhar uma investigação isenta e equilibrada".
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) criticou a carta do PT. "Essa nota é deplorável em todos os aspectos. Hoje o PT tem um discurso que se dissocia totalmente da prática. Deixou de ser um partido dialético para ser "duolético". Perdeu sua identidade e muda de posição toda hora".
A oposição recorreu de todos os arquivamentos de pedidos de investigação contra Sarney e passou a trabalhar em busca dos votos do PT, que seriam decisivos na tentativa de desarquivar as acusações.
A disputa interna no PT teria feito o líder do partido no Senado, Aloizio Mercadante (SP), a cogitar colocar sua liderança à disposição. Ele estaria sendo pressionado por aliados para substituir os petistas que fazem parte do conselho, o que aumentaria a "blindagem" ao presidente Sarney.