Congressistas usam CPI para ganhar fama e novos cargos

Além de investigarem, CPIs servem para tirar políticos do anonimato

Parlamentares da CPI do Cachoeira em reunião que rejeitaram requerimentos de convocação de governadores | André Borges /Folhapres
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Além de investigarem, Comissões Parlamentares de Inquérito servem para tirar políticos do anonimato, expondo-os para o bem ou para o mal.

Em seu primeiro mandato como senador, o presidente da CPI do Cachoeira, Vital do Rêgo (PMDB-PB), tem planos de sair da comissão para a presidência do Senado.

Ele foi adotado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que planeja tornar o colega conhecido o suficiente para, no futuro, assumir o lugar de José Sarney (PMDB-AP) no comando da Casa.

Foi Renan quem indicou Rêgo para funções importantes que ele passou a ocupar: relator do projeto de distribuição dos royalties do petróleo, presidente da Comissão de Orçamento do Congresso, Corregedor do Senado (o responsável por investigar os colegas) e, por fim, presidente da CPI do Cachoeira.

A contratação de funcionária-fantasma em seu gabinete, revelada pela Folha, críticas sobre a condução dos trabalhos e alguns escorregões na CPI alertaram peemedebistas sobre os riscos do excesso de exposição de Rêgo.

Os "escorregões" do senador já fazem parte do dia a dia da CPI. "Ele foi satisfazer suas necessidades fisiológicas urgentes", disse Rêgo, no microfone, aos colegas para explicar a razão de o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), não estar presente num momento da reunião.

Por várias vezes, troca os nomes dos colegas: "Chico Lopes está com a palavra", afirmou. "É Chico Alencar, presidente", corrigiu o próprio deputado do PSOL.

Nas gafes, o presidente da CPI não está só. O torpedo do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), dizendo que "você é meu e nós somos teu", virou motivo de piada dos colegas.

"Deputado Miro, o senhor está no meu campo de visão, e eu gosto de olhar nos olhos do depoente", disse em uma reunião o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). "Ele é teu!", afirmou Miro Teixeira (PDT-RJ), arrancando risos.

Desde que foi flagrado blindando o governador, Vaccarezza tem se ausentado da CPI. A vaga na comissão seria uma forma de devolvê-lo às articulações políticas após ter perdido o cargo de líder do governo na Câmara.

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