A Polícia Federal apreendeu documentos nos quais militares golpistas discutem o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, previsto para dezembro de 2022.
Trechos desses documentos estão presentes na representação enviada pela PF ao Supremo Tribunal Federal, que justificou a prisão de quatro militares do Exército e um policial federal nesta terça-feira (19).
Segundo a PF, "considerando todo o contexto da investigação, o documento descreve um planejamento de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes".
No trecho final, no entanto, os golpistas falam que também levantaram informações sobre outros alvos possíveis, identificados por codinomes:
- Jeca – que, segundo a PF, faria referência a Lula;
- Joca – que, também segundo a PF, seria Geraldo Alckmin;
- e Juca – que a PF, até esta semana, não tinha conseguido identificar.
Página 1 – reconhecimento operacional e monitoramento
Na primeira página do documento, os golpistas listam as demandas de "rec op" – segundo a PF, abreviação de "reconhecimento operacional".
Página 2 – telefones, armas e 'tempo de ação'
Na segunda página, o documento lista as medidas práticas que deveriam ser tomadas pelo grupo para executar o plano.
Há, por exemplo, uma lista de itens necessários, entre telefones, armas e proteção:
- seis coletes à prova de balas;
- rádios de baixa frequência;
- seis telefones celulares descartáveis;
- quatro pistolas;
- quatro fuzis, além de munição não rastreável;
- uma metralhadora, um lança-granadas, um lança-rojão, também com munição não rastreável;
- 12 granadas.