A mineira Roseli Aparecida de Araújo, condenada por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, está desaparecida e deixou de cumprir as medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada nesta semana após comunicação oficial da Justiça de Minas Gerais ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Segundo relatório da ação penal, Roseli havia recebido liberdade provisória em fevereiro de 2023, com a condição de utilizar tornozeleira eletrônica e realizar comparecimento periódico à Justiça. No entanto, desde 3 de maio de 2024, a tornozeleira está sem sinal de comunicação, e a acusada não comparece aos órgãos responsáveis desde abril de 2024.
Demora na comunicação preocupa o STF
O que chamou atenção no caso foi a demora da Justiça mineira em informar o STF sobre a situação. Somente em 9 de junho de 2025, mais de um ano após o início do descumprimento das medidas, a 1ª Vara Criminal e de Execuções Criminais de Poços de Caldas (MG) comunicou oficialmente o Supremo.
No despacho, o juiz local relatou que Roseli esteve na secretaria da vara pela última vez em 29 de abril de 2024, quando deveria ter agendado novas apresentações. Desde então, não houve mais registros de comparecimento, e a Central de Monitoramento confirmou a perda total de sinal da tornozeleira.
Diante da gravidade do caso, o ministro Alexandre de Moraes determinou, no último dia 14 de junho, a intimação dos advogados de defesa da ré, que terão cinco dias para apresentar esclarecimentos sobre o descumprimento das medidas cautelares.
Justiça mineira ainda não se manifestou
Procurada pela imprensa, a 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas ainda não respondeu sobre os motivos da demora na comunicação ao STF. A situação levanta questionamentos sobre o monitoramento de réus em liberdade provisória e a eficiência da fiscalização judicial em casos de grande repercussão nacional.