Nesta terça-feira (27), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um convite ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, solicitando que ele forneça esclarecimentos sobre a taxa básica de juros do país. O colegiado está em processo de agendar uma data para a realização da audiência.
Vale ressaltar que, como se trata de um convite, Roberto Campos Neto não é obrigado a comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O pedido de audiência foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso. Inicialmente, o senador desejava convocar Roberto Campos Neto.
No entanto, após um acordo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a convocação foi alterada para um convite. Quando uma pessoa é convocada por uma comissão, é obrigada a comparecer, senão pode sofrer punições. O convite feito a Roberto Campos Neto representa mais um elemento na pressão exercida por governistas sobre o presidente do Banco Central. O ex-presidente Lula e seus aliados têm demandado uma redução na taxa de juros.
No entanto, em sua última reunião na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central responsável por definir a taxa Selic, optou por manter a taxa em 13,75%. Esse é o maior patamar em mais de seis anos e meio.
Para os governistas, existem condições econômicas favoráveis para a redução da taxa básica de juros. Eles argumentam que a taxa, em um nível elevado, tem sido um obstáculo para o desenvolvimento do país. O ex-presidente Lula, por exemplo, expressou sua opinião de que Roberto Campos Neto está agindo de forma prejudicial à economia do país, afirmando que ele está "jogando contra".
O Banco Central, por sua vez, tem dito que atua de forma técnica e, para definir a Selic, considera aspectos, como credibilidade econômica do país e a evolução da inflação. De acordo com ata da última reunião, a maioria dos integrantes do Copom avalia que, a partir de agosto, será possível promover um corte na taxa de juros.