Com ameaça de greve, Dilma visita às obras do metrô no Rio de Janeiro(RJ)

Enquanto operários esticavam o braço e alguns tiravam selfies com a presidente

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Em meio a uma possível greve de operários, a presidente Dilma Rousseff visitou nesta quarta-feira (2) as obras da linha 4 do metrô do Rio. O empreendimento recebe recursos federais por meio de parcerias com o BNDES, e do Banco do Brasil.

Dilma estava acompanhada do governador demissionário Sérgio Cabral, do vice Luiz Fernando Pezão, do prefeito Eduardo Paes e alguns secretários.

A visita acontece em meio a um clima tenso dentro do canteiro de obras. Operários do empreendimento ameaçam deflagrar, na próxima segunda-feira, uma greve por melhores condições de trabalho e reajuste salarial.

Uma faixa do Sintraicp (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro), ligado à UGT (União Geral dos Trabalhadores), fixada na entrada da obra, convocava os operários para a paralisação.

Dois carpinteiros que conversaram com a Folha e que pediram para não ter o nome divulgado afirmaram que os trabalhadores da obra negociam com o consórcio construtor do empreendimento aumento no vale alimentação e a volta das horas extras. O salário de um carpinteiro no canteiro, segundo os trabalhadores, é de R$ 1.419.

Mesmo com a negociação em curso, membros da comitiva presidencial pediram a representantes do sindicato para que os operários não fizessem um protesto no momento da visita. Alguns operários foram orientados a não participar da cerimônia com Dilma.

"Pediram pra gente só cumprimentar a presidente mesmo e evitar falar em greve. Por isso que eu nem desci lá para participar disso", disse um carpinteiro que preferiu não se identificar.

Cerca de 200 operários, a maioria não ligado ao sindicato, foram autorizados a se aproximar de Dilma. A presidente cumprimentou operários da obra e também uma fila com oito líderes comunitários da Rocinha, favela em São Conrado que fica do lado de onde será uma estação.

Enquanto operários esticavam o braço e alguns tiravam selfies com a presidente, os líderes comunitários ensaiaram uma claque, ainda que timidamente: "Rocinha presente, Dilma novamente".

Os cumprimentos ocorreram dentro de um dos túneis subterrâneos da obra.

Vestida com capacete de proteção, Dilma embarcou em um jipe para visitar o restante das obras. Já embarcada, a presidente tropeçou e ainda deu um tchauzinho para os fotógrafos ao lado de Cabral.

A presidente não falou com a imprensa.

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