Ao anunciar a aprovação da primeira vacina de dose única para imunização contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, com sua aplicação já no início do Programa Nacional de Imunização, em 2026, o Governo brasileiro dá uma lição notável de clara opção pela ciência.
Do mesmo modo, mostra o valor da cooperação entre instituições públicas respeitadas (como Butantan e Fiocruz), a parceria com outros países (neste caso com a China), e aplica, finalmente, um duro golpe contra os negacionistas, que até mesmo exercendo atividades governamentais decisivas- como se viu em passado recente, durante a Covid-19-, têm a capacidade de negligenciar e até mesmo debochar do efeito de vacinas na salvação de pessoas.
Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em parceria com o Ministério da Saúde, após demorados e seguros testes que apresentaram 74,7% de eficácia geral, 91,6% de proteção contra dengue grave e com sinais de alarme e 100% de prevenção contra hospitalização na população de 12 a 59 anos, essa vacina em dose única deixa de ser apenas um sonho, mas uma realidade que dá ao Brasil a primazia de se tornar o primeiro país do mundo nesse notável avanço científico.
A dengue é uma preocupação recorrente do governo e da população, tendo registrado, somente em 2025, 886 mil casos, com 1.108 mortes constatadas. Existem ainda 817 óbitos em investigação, com fortes indícios de terem a dengue como causa.
E esse número de vítimas fatais não foi ainda maior porque o governo, mesmo antes da aprovação da vacina em dose única, recorreu ao Butantan que produziu 1 milhão de doses, que foram aplicadas imediatamente, pois o governo já sabia que os estudos que estavam sendo desenvolvidos eram robustos e que levariam à comprovação de sua eficiência.
Os especialistas que acompanham o desenvolvimento dessa revolucionária vacina, sustentam que o esquema de dose única permite instalação mais rápida da proteção imunológica e simplifica a logística, especialmente durante surtos. E destacam que os ensaios clínicos abrangeram participantes de 2 a 59 anos, com segurança documentada independentemente de infecções anteriores.
Garantem, conclusivamente, que a partir de agora, com essa nova operacionalização coletiva em dose única, a história do jogo contra a dengue muda completamente, aumentando a adesão da população e com isso também garantindo êxito no combate ao mal.