O Instituto Ipsos voltou a divulgar o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), indicador que mede o nível de otimismo da população brasileira na economia do país. O Índice de confiança nacional ficou em 58,2 pontos, numa escala de 0 a 100, indicando otimismo no consumo das famílias. A pontuação é a maior entre todos os países das Américas, ficando à frente dos Estados Unidos.
Esse índice refere-se ao mês de novembro e indica estabilidade. Na comparação com outubro, houve um ligeiro declínio de 1,1, e uma alta de 0,9 em relação a novembro de 2024, o que fez o Brasil terminar o mês na oitava colocação entre os 30 países pesquisados pelo Ipsos.
A confiança do consumidor chegou a atingir menos de 50 pontos em fevereiro deste ano, mas desde junho mantém-se acima desse nível, o que a situa entre as dez maiores do planeta.
Os índices dessa elevada confiança dos brasileiros quanto à economia do país decorrem da resiliência do mercado de trabalho, com o desemprego mantendo-se nos mais baixos níveis de toda a história, registrando taxa de 5,4% no mês passado, o menor percentual até hoje verificado pela série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a PNAD Contínua do IBGE.
Mas não apenas o baixo desemprego anima os brasileiros em relação à economia. Outros itens importantes entram nessa conta. Um deles, por exemplo, é a revisão que o mercado financeiro vem realizando em relação às projeções da inflação para este ano de 2025, todos mostrando desaceleração em componentes decisivos para a estabilidade econômica, como energia e alimentos.
Há também registros significativos da retomada vigorosa da economia em alguns segmentos importantes, como o setor industrial, serviços e turismo, e a manutenção de elevada capacidade de produção dos setores do agronegócio, sem esquecer que o Governo e setores privados têm realizado notáveis investimentos em áreas estruturantes.
No contraponta ao otimismo revelado pelos brasileiros com o bom desempenho da economia do país, nos Estados Unidos, por exemplo, está acontecendo o contrário. Lá, a confiança do consumidor, nesse mesmo mês de novembro, caiu 1,5 ponto, e no subíndice de expectativa futura teve um baque bem maior, de 2,7 pontos, num sinal claro de que os norte-americanos estão bem menos confiantes para os próximos meses, num ambiente de juros muito altos, desaceleração gradual do mercado de trabalho (exatamente o contrário do Brasil) e um intenso debate sobre políticas fiscais.
A confiança global do consumidor, à qual os brasileiros demonstram plena sintonia, cresceu em novembro, após vários meses de estabilidade, marcando 48,8 pontos, conforme essa pesquisa Ipsos. Houve uma alta de 0,8 ponto, indicando que o humor em vários outros países, sobretudo na Europa, está melhorando.
Observe-se que alcançando o patamar de 58,2 pontos de confiança da população nos atuais estágios da economia, o Brasil coloca quase 10 pontos à frente da média mundial de otimismo, que é de 48,8 pontos.