O Brasil, que sempre despertou interesse mundial por sua música, futebol e uma infinidade de lindas praias, entrou de vez no roteiro de turistas estrangeiros. Nos 11 primeiros meses deste ano, entre janeiro e novembro, o país recebeu 8 milhões de visitantes estrangeiros, o maior volume em toda a série histórica que começou a ser contabilizada em 1974, ficando 1,7 milhão acima do que havia sido registrado em 2024, quando, já em crescimento, o país recebeu 6,7 milhões de turistas.
Esse resultado fez o Brasil superar a meta fixada pelo próprio Governo Federal, que havia previsto no Plano Nacional de Turismo 2024-2027 a presença de 7,7 milhões de visitantes, presumindo-se que até o final desse período (2027) esse patamar de visitante alcance 10 milhões de turistas, o que, pelo visto, deverá ser conquistado.
Os dados revelados esta semana indicam que os turistas estrangeiros passaram a ter um crescente interesse pelo patrimônio histórico e cultural das cidades, o que tem feito aumentar a quantidade de visitantes. Além disso, pesa de maneira expressiva a diversidade de paisagens como a Amazônia, os Lençóis Maranhenses, o Pantanal, e as riquezas históricas encontradas em ambientes como a Serra da Capivara, que ostenta inscrições rupestres reveladoras da presença do homem em território americano.
Nessa motivação dos turistas estrangeiros pelo Brasil tem, igualmente, muita influência a imagem que o país passou a usufruir lá fora, figurando como uma nação em desenvolvimento e desfrutando de grande estabilidade política.
Outro aspecto bastante promissor nessa pesquisa, agora revelada, diz respeito à movimentação de brasileiros das mais diferentes regiões, interessados em conhecer as belezas e riquezas do próprio Brasil. Se, antes, o sonho do brasileiro era visitar a Disney(EUA), agora, definitivamente, passou a ser conhecer lugares e ambientes do próprio território nacional. Todos os dados vão no sentido de mostrar que as viagens internas estão ganhando relevância em relação às idas para o exterior. E dizem, também, que acontece uma diversificação de opções tradicionais, antes focadas em Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
O Nordeste, com 41%, aparece no topo das preferências, conforme a pesquisa Tendências e Percepções do Turismo no Brasil. Seis em cada dez desses turistas nacionais aumentaram as frequências de viagens desde 2023, e 62% deles são atraídos pelo turismo de sol e praia, 18% por turismo religioso e 14% por turismo cultural/histórico.
No ranking dos 10 destinos nacionais mais cobiçados pelos brasileiros nessa movimentação salutar de turismo interno, Fernando de Noronha aparece em primeiro lugar, com 7,1 (num grau de interesse que vai de 0 a 10), Porto de Galinha, 6,9; Lençóis Maranhenses, 6,7; Salvador, 6,6; Gramado, 6,4; Foz do Iguaçu, 6,1; Maragogi, 5,8; Rio de Janeiro, 5,8: Jericoacoara, 5,8: Bonito, 5,5.
As motivações para a acelerada movimentação de brasileiros nessa busca por conhecer lugares no Brasil, têm explicação na melhoria geral da economia do país durante os últimos três anos, com mais gente empregada e com aumento da renda das famílias e consequente elevação de consumo, que não fica apenas na aquisição de bens essenciais, alimentos e vestimenta, mas no prazer de realizar viagens e conhecer lugares que antes ficavam apenas nos sonhos.
Em vários Estados e cidades, especialmente no Nordeste, o reconhecimento de governantes e empresários de que o turismo é uma vigorosa fonte de receitas, tem permitido a melhoria de infraestrutura capaz de possibilitar maior e mais confortável mobilidade, com obras importantes no segmento rodoviário, aeroviário e na recuperação e melhoria de patrimônios públicos e culturais que despertam grande interesse dos turistas.