O prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (União Brasil), revelou nesta segunda-feira (2) que o buraco nas contas públicas do município pode ultrapassar a marca dos R$ 4 bilhões. A equipe econômica da gestão ainda está em fase de apuração dos dados, mas o cenário atual já impõe sérias restrições à administração municipal.
Déficit confirmado já passa de R$ 3 bilhões
Até o momento, a prefeitura calcula um déficit de R$ 3,06 bilhões, sendo que mais de R$ 1 bilhão é referente a empréstimos contraídos em gestões anteriores. Diante da gravidade da situação, o Executivo tem adotado medidas emergenciais de corte de despesas, como o enxugamento do número de cargos comissionados, redução de gratificações e extinção de secretarias.
Durante entrevista à imprensa, Mendes admitiu a possibilidade de que o passivo fiscal aumente ainda mais:
“A gente desconfia que sim (sobre chegar a R$ 4 bilhões). O pessoal ainda está levantando. Ela já é monstruosa e é preciso que a gente encontre a solução para continuar trabalhando pela cidade. Está preocupando muito a gente. Nós não temos solução ainda, mas nós vamos ter”, declarou.
Tentativas de renegociação frustradas
Em maio, o prefeito esteve em Brasília para buscar alternativas junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, principais credores da prefeitura. No entanto, as negociações para repactuar os débitos não avançaram.
Segundo Mendes, a cidade paga atualmente cerca de R$ 32 milhões por mês apenas em juros — o que equivale a mais de R$ 1 milhão por dia —, comprometendo a capacidade de investimento da administração.
Cobrança por soluções e apelo por paciência
O prefeito reconheceu que o impacto da dívida limita a resposta do poder público às demandas da população, mas pediu compreensão enquanto a equipe trabalha para equilibrar as finanças.
“Tenham um pouco de calma. Está todo mundo dando o melhor de si; a equipe é boa, está motivada e a gente vai resolver os problemas. Tenha um pouquinho mais de paciência”, disse.