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Sem acordo com bancos, rombo nas contas em Teresina deve continuar crescendo

Por mês correm cerca de R$ 32 milhões em juros. Silvio Mendes ainda tenta viabilizar a renegociação.

Silvio Mendes esteve no Banco do Brasil e na Caixa Econômica buscando renegociar a dívida da Prefeitura. | DIVULGAÇÃO

A tentativa do prefeito Sílvio Mendes (União Brasil) de encontrar uma saída para a grave crise financeira de Teresina não teve sucesso em Brasília. Em viagem iniciada na última terça-feira (20), Mendes se reuniu com representantes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal na busca por uma renegociação da dívida pública municipal, mas saiu sem qualquer avanço concreto.

A capital piauiense já acumula uma dívida superior a R$ 1,3 bilhão somente com as duas instituições, e os juros cobrados mensalmente pela prefeitura ultrapassam R$ 32 milhões — o que equivale a um gasto diário superior a R$ 1 milhão apenas com encargos bancários.

Sílvio Mendes já havia alertado para “colapso”

A crise não é novidade. No início de maio, o prefeito declarou publicamente que o município atravessava um “colapso financeiro”. Em 5 de maio, Mendes apontou que a dívida se aproximava de R$ 1 bilhão, mas o quadro se agravou. Dois dias depois, após levantamento da Comissão Especial criada para apurar o rombo nas contas, a estimativa da dívida total saltou para mais de R$ 3 bilhões, quase metade do orçamento anual da capital, que é de R$ 6,4 bilhões.

Silvio Mendes esteve no Banco do Brasil e na Caixa Econômica buscando renegociar a dívida da Prefeitura (Foto: Divulgação) 

Detalhamento da dívida municipal

O levantamento divulgado pela gestão municipal revela uma dívida gigantesca distribuída entre débitos de curto prazo, empréstimos com bancos e obrigações da área da saúde. Confira os principais números:

Dívidas de curto prazo (posição em 31/12/2024)

  • Restos a pagar: R$ 480,9 milhões

  • Depósitos e consignações: R$ 280,3 milhões

  • Despesas de exercícios anteriores: R$ 124 milhões

  • Pagamentos a terceirizados: R$ 212,3 milhões

  • Coleta de lixo: R$ 22,5 milhões
    Subtotal: R$ 1,12 bilhão

Dívidas fundadas (posição em 31/12/2024)

  • Banco do Brasil (BB500): R$ 500 milhões

  • Banco do Brasil (BB120): R$ 120 milhões

  • Banco de Brasília (BRB): R$ 100 milhões

  • Caixa Econômica Federal: R$ 275,3 milhões

  • BIRD – Banco Mundial: R$ 202,8 milhões

  • CAF – Banco Andino de Fomento: R$ 123,6 milhões

  • INSS: R$ 40,2 milhões

  • FGTS: R$ 8,6 milhões

  • Parcelamentos com IPMT: R$ 501,9 milhões
    Subtotal: R$ 1,83 bilhão

Fundação Municipal de Saúde (posição em 31/12/2024)

  • Débitos com fornecedores: R$ 110,7 milhões

Total geral da dívida municipal: R$ 3.067.631.580,40

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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