Em qualquer administração, é comum a formação de subgrupos que influenciam as decisões governamentais. Durante a gestão de Firmino Filho, destacavam-se figuras como Charles da Silveira, Washington Bonfim, Fernando Said, Marco Antônio Ayres e Lucy Soares, cada um exercendo influência sobre as decisões políticas e administrativas da Prefeitura.
Na sequência, sob Dr. Pessoa, emergiram novos grupos de influência, compostos por João Henrique Sousa, Robert Rios, Jeová Alencar e Sol. Com a saída de Jeová e Robert Rios, os vereadores e João Duarte, filho do prefeito, assumiram papéis de destaque, reformulando o cenário do poder.
Atualmente, na gestão de Silvio Mendes, o tabuleiro político apresenta novas dinâmicas. Alguns nomes parecem liderar os núcleos de influência: Jeová Alencar, Marco Antônio Ayres, Charles da Silveira e até mesmo Ismael Silva ganham destaque.
Neste primeiro momento, os vereadores foram deixados em segundo plano. Embora ainda não tenham recuperado o espaço que possuíam na administração anterior, já começam a se aproximar de dois pilares influentes da atual gestão.
Enzo, por exemplo, estreitou ainda mais os laços com Charles da Silveira, que reassumiu um papel central na gestão ao comandar a pasta da Saúde. Enquanto isso, Bruno Vilarinho tem se aproximado de Marco Antônio Ayres, que ficou à frente do Planejamento e mantém forte influência sobre a Eturb.
Paralelamente, não se pode ignorar que Jeová Alencar segue atuando nos bastidores, preservando sua influência política em várias áreas e ampliando sua força dentro da gestão. Como vice-prefeito e secretário de Governo, ele também detém o comando da SDU Sudeste e tem forte atuação no segundo escalão da SDU Sul.
Além disso, o vereador Ismael Silva, atual supersecretário de Educação, busca consolidar sua posição. Ele se alinha a uma ala mais afastada da classe política tradicional, mas com forte presença nas redes sociais.
As decisões administrativas frequentemente refletem as opiniões desses atores políticos. O prefeito tende a consultá-los para orientar suas escolhas, e deles emanam as principais diretrizes políticas e administrativas da cidade.
A sucessão e o poder também passam pela Câmara. Bruno Vilarinho almeja a presidência da Casa após o mandato de Enzo, contando com o apoio de Marco Antônio Ayres e, possivelmente, até com a aceitação de Jeová Alencar, que, sem muitas opções dentro do Parlamento, busca fortalecer sua posição de influência no Legislativo, já de olho na futura sucessão.
Enzo, por sua vez, deseja ampliar sua influência na gestão e consolidar sua liderança na Câmara, respaldado por Charles e pelo poder inerente à presidência do Parlamento. O atual presidente é um "adversário" a ser combatido por Jeová Alencar, que, como secretário de Governo, precisa ter maior controle sobre as decisões do Legislativo.
Tanto Jeová quanto Ismael têm aspirações sucessórias, cientes de que suas chances dependerão da influência que conseguirem exercer sobre essas quatro ilhas de poder e sobre o próprio Silvio Mendes. Enquanto Silvio, num primeiro momento, demonstra simpatia por Ismael, Jeová tenta consolidar uma aliança com Marco Antônio Ayres e, ao mesmo tempo, isolar o jovem gestor. Mas não se surpreendam se até mesmo Charles ou o próprio Ayres entrarem nessa disputa pela sucessão.
Esse é o cenário político atual, onde o fortalecimento e a consolidação de poder desses atores serão determinantes nos próximos quatro anos. Quem ganhar força terá a capacidade de dominar e influenciar os demais pilares dessa disputa, consolidando sua presença no centro do poder.