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'OAB dos Médicos': Confusão entre Senador do Piauí e colega vai parar no Conselho de Ética

Caso a representação seja formalizada, caberá ao Conselho de Ética do Senado analisar se houve infração às normas de conduta parlamentar e decidir sobre a abertura de procedimento e eventuais sanções.

A confusão aconteceu durante reunião da Comissão de Assuntos Sociais do Senado. | Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, senador Marcelo Castro (MDB-PI)afirmou que pretende acionar o Conselho de Ética da Casa contra o senador Dr. Hiran (PP-RR) após um embate ocorrido durante reunião da comissão que analisava o projeto conhecido como “OAB da medicina”. A declaração foi feita ao final da sessão realizada nesta quarta-feira, 17 de dezembro.


ORIGEM DO EMBATE

A divergência teve início quando Dr. Hiran contestou a decisão da presidência da comissão de não conceder pedido de vista solicitado por parlamentares do PT. Segundo Marcelo Castro, o senador teria se dirigido a ele e a servidores da comissão de forma “muito desrespeitosa”, utilizando “palavras de baixo calão”, o que motivou a intenção de levar o caso à instância ética do Senado.

O episódio ocorreu durante a análise do texto, em meio às discussões sobre regras de avaliação e habilitação profissional na área médica. Parte do diálogo não foi captada integralmente, já que os microfones foram desligados em determinado momento da discussão.


POSIÇÃO DE MARCELO CASTRO

Ao comentar o caso, o senador reforçou que a representação será formalizada para preservar o decoro parlamentar e o respeito às normas regimentais. Segundo ele:

“Vamos representá-lo no Conselho de Ética. Não podemos concordar com as atitudes desrespeitosas e antirregimentais que ele se comportou aqui.”

Castro classificou ainda a conduta do colega como “deplorável”, destacando que, em sua avaliação, os limites institucionais foram ultrapassados.


VERSÃO DE DR. HIRAN

Em resposta, o senador Dr. Hiran negou ter ofendido colegas ou servidores e afirmou que não utilizou palavrões durante a discussão. Ele também rebateu qualquer tentativa de intimidação:

“Eu não tenho medo de ameaça, não tenho medo de cara feia.”

O parlamentar sustentou que sua intervenção teve como objetivo questionar o procedimento adotado pela presidência da comissão em relação ao pedido de vista, alegando descumprimento do regimento:

Olha, você está fazendo algo que não está correto. Porque não tem no regimento a hora de se fazer aquele pedido.”


CLIMA NA COMISSÃO

Apesar do atrito, a reunião prosseguiu por cerca de uma hora e meia, sem novos confrontos de maior repercussão. O episódio, no entanto, marcou a sessão e acirrou os ânimos em torno da tramitação do projeto que trata da regulamentação da avaliação profissional na medicina.


DESDOBRAMENTOS

Caso a representação seja formalizada, caberá ao Conselho de Ética do Senado analisar se houve infração às normas de conduta parlamentar e decidir sobre a abertura de procedimento e eventuais sanções.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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