A Acadêmicos de Niterói fará sua estreia no Grupo Especial do Carnaval carioca de 2026 com um enredo ousado e que já causa polêmica nas redes sociais: a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o fio condutor do desfile da escola. Intitulado “Do alto do mulungu surge a esperança: Lula, o operário do Brasil”, o tema será desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins e pelo enredista Igor Ricardo.
Após o anúncio, alguns internautas desejaram o rebaixamento da escola, outros apontaram o desejo de desfilar na agremiação.
Da Série Ouro ao protagonismo na Sapucaí
Após conquistar o título da Série Ouro em 2025, a escola de Niterói será a responsável por abrir os desfiles da elite do samba no domingo de Carnaval. A escolha por um personagem central da política e da história recente do Brasil coloca a estreante sob os holofotes já na largada da folia.
Panorama do Carnaval 2026
O enredo da Acadêmicos de Niterói integra uma tendência comum entre as agremiações que vão à Sapucaí no próximo ano: a celebração de grandes personalidades brasileiras. Também serão homenageados Rita Lee (Mocidade), Rosa Magalhães (Salgueiro), mestre Ciça (Viradouro), mestre Sacaca (Mangueira), Ney Matogrosso (Imperatriz), Carolina Maria de Jesus (Tijuca) e Heitor dos Prazeres (Vila Isabel).
A saga de Lula: da seca à Presidência
O enredo promete atravessar episódios marcantes da trajetória de Lula, desde suas origens no agreste pernambucano até a cadeira mais alta da República. Nascido em 1945, em Caetés, antigo distrito de Garanhuns (PE), o futuro presidente migrou para São Paulo ainda criança com a família, em busca de melhores condições de vida.
Lá, se tornou torneiro mecânico e ganhou notoriedade como líder sindical durante as greves operárias no ABC Paulista, no fim dos anos 1970. Em 1980, fundou o Partido dos Trabalhadores (PT). Após três tentativas frustradas, foi eleito presidente em 2002, sendo reeleito em 2006.
Superações e retorno histórico
Lula deixou o Palácio do Planalto com altos índices de popularidade. Nos anos seguintes, enfrentou acusações, foi preso e, posteriormente, absolvido. Em 2022, protagonizou um feito inédito: voltou à Presidência pela terceira vez, feito único na história do país.