A polêmica em torno do reajuste dos salários do Executivo Municipal em Teresina ganhou novo capítulo com a manifestação do ex-prefeito Dr. Pessoa, que negou ter autorizado aumentos durante sua administração. A resposta veio após declarações do atual prefeito, Silvio Mendes, que sancionou a Lei nº 6.246/2025, publicada no último dia 14, fixando os subsídios do Executivo para o quadriênio 2025-2028. Na ocasião, Mendes sinalizou que o decreto legislativo com os aumentos foi aprovado no ano passado, mas vale destacar que sequer citou Dr Pessoa.
Ex-prefeito nega reajuste de salários
Em carta enviada à coluna nesta terça-feira (19), Dr. Pessoa refutou diretamente a fala de Mendes.
“Em resposta à fala do Dr. Silvio Mendes que informou que eu aumentei os salários dos vereadores e inclusive o meu informo que durante toda a minha gestão não ocorreu aumento nem dos salários dos vereadores e nem do prefeito. Os impostos e taxas também não tiveram aumento”, destacou.
Balanço da administração anterior
O ex-prefeito aproveitou para listar medidas de sua gestão entre 2021 e 2024. Ele citou a valorização dos servidores públicos, reajustes salariais dentro do funcionalismo, investimentos de aproximadamente R$ 350 milhões e a chegada de mais de 35 novas empresas de grande porte à capital. Segundo ele, esses incentivos geraram empregos e renda para a população.
Dr. Pessoa também ressaltou os programas habitacionais realizados, que resultaram na entrega ou autorização de mais de 2,7 mil moradias em diferentes regiões da cidade. “Todas as informações são pactuadas na verdade, o resto é história para boi dormir. Isso é uma pequena parte das ações administrativas, se continuarem me provocando mostrarei mais em outros momentos”, afirmou.
Contexto do reajuste
A lei sancionada por Mendes convalidou um decreto legislativo de 2024, aprovado antes do início de seu mandato. O reajuste prevê aumento de 47% no salário do prefeito, que passa de R$ 17.690,57 para R$ 26.080,98. O vice-prefeito e os secretários municipais também terão ganhos elevados, passando a receber R$ 20.864,78 e R$ 18.256,68, respectivamente.
Diante da repercussão, Mendes alegou que apenas deu cumprimento a uma decisão anterior e enfatizou ter cortado gastos com carros oficiais. “Teve reajuste, em tese desproporcional, sim, mas o que foi que eu fiz? Tirei todos os carros de representação […] Eu não sou ladrão, nunca fui. Eu tenho renda fora disso, não preciso desse dinheiro”, disse.