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Exclusivo Fábio Novo defende ruptura no modelo de transporte em Teresina: “Tem que ter coragem”

O petista defendeu a criação de uma companhia municipal de transporte. Segundo ele, a atual estrutura é ultrapassada e ineficiente.

Fábio Novo, que concorreu à Prefeitura de Teresina em 2024, defende uma ruptura no atual modelo de transporte público. | Raíssa Morais/MeioNews

Com a colaboração de Francy Teixeira

Em entrevista concedida nesta segunda-feira (12) ao programa Banca de Sapateiro, da Rádio Jornal 90.3 FM, o deputado estadual e candidato à presidência estadual do PT no Piauí, Fábio Novo, fez duras críticas à gestão municipal de Teresina, especialmente no que diz respeito à crise no transporte público e à ausência de um plano efetivo de revitalização do centro da cidade. Ao mesmo tempo, destacou investimentos do governo do Estado e ações que considera fundamentais para uma transformação urbana.


“Tem que ter coragem para romper com o modelo atual”

Fábio Novo não poupou críticas à condução do sistema de transporte coletivo pela Prefeitura de Teresina, e defendeu a criação de uma companhia municipal de transporte. Segundo ele, a atual estrutura é ultrapassada e ineficiente:

“Hoje ainda tudo é muito manual no sistema de transporte. Os lugares que eu visitei, como Brasília, Fortaleza, Curitiba e São Paulo, hoje todo o sistema está com tecnologia. Então, se não mudar, se não houver uma ruptura no sentido de se colocar um novo modelo, vai entrar prefeito, vai sair prefeito e sempre teremos a crise do transporte público na cidade de Teresina.”

O parlamentar argumentou que é necessário coragem política para implementar mudanças, citando o exemplo da cidade vizinha:

“Bem aqui do outro lado do Rio Parnaíba, em Timon, o prefeito teve coragem e criou uma empresa municipal para poder ajeitar essa situação.”


Críticas ao subsídio atual e à falta de fiscalização

O deputado ainda questionou o aumento de repasses financeiros às empresas de ônibus, mesmo com a manutenção dos problemas:

“Dr. Silvio tomou posse, colocou mais dinheiro à disposição das empresas de ônibus, tem R$ 1.200.000 a mais. Tá se pagando mais de R$ 4.700.000. E o que é que eu disse? Ou a gente rompe com esse modelo que está aí, ou a gente sempre vai ver os mesmos problemas.”

Ele também apontou falhas graves na forma como o serviço é fiscalizado:

“Hoje quem fiscaliza os ônibus são as próprias empresas. Não faz sentido isso. Esse papel tem que ser do poder concedente, porque é uma concessão.”


Transição para ônibus elétricos e modernização da frota

Fábio Novo defendeu o uso de ônibus elétricos como alternativa viável e moderna para a capital, citando iniciativas do governo federal e a economia já percebida por motoristas de aplicativo:

“Eu perguntei: ‘Quanto você pagava por mês de combustível?’ Ele disse: ‘Eu pagava algo em torno de R$ 3.000, com o elétrico eu tô gastando R$ 800’. Olha aí. Ele tá poluindo menos a cidade e tá ganhando mais.”


Orçamento participativo e obras em Teresina

O parlamentar também falou sobre o orçamento participativo do governo do Estado, ressaltando obras escolhidas diretamente pela população e em fase de execução:

“No ano passado foram 67 obras que foi a própria população que escolheu. A grande maioria é pavimentação, porque Teresina ainda tem grandes problemas de falta de asfalto, de calçamento.”

Ele destacou uma visita recente à Rua Raimundo Dorotéia, na Santa Maria da Codipi:

“Essa rua inclusive tem uma história bonita. É a rua onde passa um ônibus e a última vez que ela tinha recebido asfalto foi em 1995. Vem receber asfalto agora. Mais de 30 anos.”

Fábio Novo, que concorreu à Prefeitura de Teresina em 2024, defende uma ruptura no atual modelo de transporte público (Foto: Raíssa Morais/MeioNews) 


“Se não houver disputa, não é PT”

Ao comentar sobre sua candidatura ao comando estadual do Partido dos Trabalhadores, Fábio Novo sinalizou que um consenso até o dia 6 de julho é improvável:

“Eu já disputei duas vezes a presidência do PT e nunca houve consenso. O que acontece? Às vezes tem forças que conseguem unificar mais, que é o nosso caso, mas não significa dizer que é consenso. E no PT, quem perde também ganha.”

Ele explicou que, mesmo chapas derrotadas, participam da direção partidária:

“Você vota para presidente e também vota numa chapa. Se ela tiver 10% dos votos, terá 10% das cadeiras no diretório e na executiva.”


Cultura como motor de transformação urbana

Um dos temas centrais da entrevista foi a revitalização do centro de Teresina, que, segundo o deputado, passa por uma ausência de planejamento da gestão municipal:

“Qual é o plano mesmo de revitalização para o Centro da gestão? Não tem. A maior revitalização que se fez no Centro, repito, foi a cultura.”

Entre os investimentos realizados pelo Estado, Fábio Novo destacou a revitalização da Estação Ferroviária, da Biblioteca Cronwell de Carvalho, do prédio do DER e a aquisição do Cine Rex para transformação em escola de audiovisual:

“Nós vamos dobrar a capacidade da Biblioteca Cronwell, passando a atender 600 estudantes. O Cine Rex já foi desapropriado e será uma escola de audiovisual.”


Equipamentos públicos como resposta à violência e vulnerabilidade

O parlamentar também defendeu o investimento em espaços culturais e esportivos como ferramenta de combate à violência:

“É mais barato você manter um teatro no Jacinta Andrade funcionando, que hoje atende mais de 300 crianças, do que esses meninos estarem vulneráveis para o mundo das drogas e da violência.”

Ele citou a revitalização de dois Centros Sociais Urbanos como exemplos bem-sucedidos:

“O do Monte Castelo tem uma programação muito boa, e o do Parque Piauí atende 3 mil pessoas com cursos profissionalizantes, hidroginástica para idosos, judô, capoeira e atividades culturais.”

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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