Exclusivo Ciro Nogueira aponta motivos da derrota de Bolsonaro: “3 fatos desastrosos”

Ciro foi ministro da Casa Civil de Bolsonaro e atuou fortemente na campanha do ex-chefe do executivo.

Ciro Nogueira aponta motivos da derrota de Bolsonaro: "3 fatos desastrosos" | reprodução
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O senador piauiense Ciro Nogueira apontou, em entrevista para o canal Ielcast, do jornalista Ieldyson Vasconcelos, pelo menos três motivos que considera terem sido fundamentais para a derrota do ex-presidente Bolsonaro nas eleições de 2022. Ciro foi ministro da Casa Civil de Bolsonaro e atuou fortemente na campanha do ex-chefe do executivo.

Na avaliação de Ciro, a eleição "foi perdida" com fatos que aconteceram na última semana de campanha. Segundo ele, pesquisas internas encomendadas apontavam para uma vitória de Bolsonaro antes dos eventos que classificou como "desastrosos". O senador afirmou que o desempenho positivo nas pesquisas começou a cair com o caso do deputado Roberto Jefferson.

"A última semana foi muito traumática pra gente. No dia anterior ao Roberto Jefferson, nós tínhamos ultrapassado o Lula nas pesquisas. Eu tinha feito até uma comemoração, a gente comemorou muito. No dia seguinte veio o caso do Roberto Jefferson. Um doido jogando bomba na polícia. Ele não era aliado. Não foi uma pessoa que fez a campanha, era uma pessoa que o presidente respeitava por ser uma pessoa contra o PT", disse.

Além disso, Ciro apontou ainda outros dois acontecimentos com forte impacto negativo na imagem de Bolsonaro em um período de poucos dias que antecediam as eleições. Nogueira afirmou que a cena da deputada federal Carla Zambeli perseguindo um homem em posse de uma arma de fogo e declarações do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, também fizeram Bolsonaro perder pontos nos levantamentos e, consequentemente, apoio popular.

"Depois veio a declaração do Paulo Guedes também se referindo a questão do salário mínimo. Também nos prejudicou muito, mas não dá nem pra reclamar porque o Paulo foi um dos maiores motivos para o sucesso desse governo. E culminando com uma deputada com revólver na mão correndo atrás de um negro em São Paulo. Tudo foi desastroso. Naquele final de semana eu recebi a pesquisa apontando que a gente iria perder. Se não fossem esses três fatos, nós teríamos ganho a eleição."

O ex-ministro também comentou sobre como era sua agenda no Ministério da Casa Civil, um dos principais pilares da adminstração. "Saí de um engajamento que eu tinha total na Casa Civil, praticamente não tinha vida. Recebia o presidente às 8h30, me trancava com ele numa sala reservada e despachava com ele e não tinha mais hora. Almoçava sempre no gabinete. Dormia 3, 4 horas por noite e final de semana vinha para o nosso estado. Foi muito puxado. Passada a eleição, eu passei a cuidar da questão da transição. Foi uma eleição disputadíssima, os ânimos estavam muito exacerbados. O país não podia parar e o novo governo precisava dar informações para seguir."

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