Ciro Gomes é hostilizado e agride apoiador de Bolsonaro em feira agro

Em nota, Ciro disse que “foi insultado e sofreu tentativas de agressão física por militantes bolsonaristas” e afirmou que “reagiu à altura”

Ciro Gomes é hostilizado e agride apoiador de Bolsonaro em feira agro | Ascom
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MARCELO TOLEDO E FÁBIO ZANINI

RIBEIRÃO PRETO, SP, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, discutiu com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (28) numa feira agrícola em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Um dos vídeos com vaias ao pedetista mostra que, após ser hostilizado, ele chega a agredir um homem.

Em nota, Ciro disse que "foi insultado e sofreu tentativas de agressão física por militantes bolsonaristas" e afirmou que "reagiu à altura".

Ao caminhar pelas ruas da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), Ciro foi vaiado, discutiu com bolsonaristas e chamou o presidente de "nazista" e "ladrão da rachadinha".

Ciro Gomes é hostilizado e agride apoiador de Bolsonaro em feira agro - Foto: Ascom

Ao entrar num estande de uma fabricante de máquinas agrícolas, Ciro foi acompanhado por um homem que segurava um celular na posição horizontal na mão direita. Segundos depois, o pedetista tenta levar rapidamente a mão esquerda ao abdome do interlocutor e passa a ser vaiado pelos presentes no local.

No mesmo estande, Ciro discutiu com outra pessoa que filmava sua passagem, chamou o homem de "babaca" e mandou-o "tomar no cu". Em seguida, disse ao jornalista Lincoln Fernandes (PDT), vereador em Ribeirão Preto, que estava calmo.

"Nazista" e "ladrão da 'rachadinha'" foram outras afirmações feitas por Ciro. "O Bolsonaro é ladrão mesmo, ladrão da 'rachadinha'. Eu nunca roubei nada, nem tua mãe, ô vagabundo", disse o presidenciável a outro visitante da Agrishow.

Questionado em frente à assessoria de imprensa da feira se ele esperava essa recepção em Ribeirão Preto, Ciro disse que "um país que é governado por bandido, ladrão, tem que ter esse tipo de quadrilha [...] Estou aqui andando na Agrishow e você está vendo quem está insultando quem".

Em seguida, voltou-se a outro bolsonarista e afirmou que o presidente era o "ladrão da 'rachadinha' e comeu tua mãe".

Circulando por outro lugar da área de 520 mil metros quadrados que abriga a feira, Ciro foi xingado por outros apoiadores de Bolsonaro.

Depois, Ciro disse à imprensa que os eleitores precisam perceber que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro se escolheram para a disputa eleitoral e que isso é uma "simbiose macabra".

Afirmou ainda que a união de Lula com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) é "mais vergonhosa que útil para o país" e que a campanha vai mostrar que ele ganha de Bolsonaro.

"Boto 20 pontos nas costas dele. Se o Bolsonaro tiver o mínimo de coragem de comparecer num debate comigo, eu deixo ele só o pó. Só vai ficar o molhadinho no chão, porque o Bolsonaro é uma tragédia, além de corrupto."

A recepção na principal feira agrícola do país difere da que teve Bolsonaro em Ribeirão. O presidente participou de uma motociata e entrou no evento montado num cavalo. Foi saudado pelos visitantes nas ruas da Agrishow e deixou o local numa camionete, desfilando pela feira.

Até mesmo o ex-governador paulista João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro e que esteve na Agrishow na última terça-feira (26), teve recepção diferente. O tucano caminhou pelas ruas da feira sem ser incomodado pelos visitantes e fez mais de uma dezena de fotos com funcionários de estandes e produtores rurais.

Em nota divulgada em rede social, Ciro Gomes disse que "foi insultado e sofreu tentativas de agressão física por militantes bolsonaristas".

Na nota, afirma que "reagiu à altura e lamenta ter sido forçado a agir com veemência".

"Os agressores agiram com violência e com profundo preconceito contra nordestinos, atacando com forte conotação racista a sua origem cearense", disse.

Ele afirma ainda que "esse tipo de comportamento fascista deve ser enfrentado, ou as milícias bolsonaristas se sentirão no direito de atacar a todos, inclusive a quem não consiga se defender".

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