Cid revela que Michelle e Eduardo Bolsonaro integravam ala mais radical pró-golpe

O ex-ajudande de ordens do Planalto disse que ambos instigavam Bolsonaro a tomar medidas extremas para se manter na Presidência

Michelle e Eduardo Bolsonaro | Sérgio Lima Michelle e Eduardo Bolsonaro | Sérgio Lima
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O tenente-coronel Mauro Cid, chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro, afirmou em seu depoimento de colaboração premiada que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) integravam a ala "mais radical" do grupo que defendia um golpe de Estado no final de 2022.

A íntegra do depoimento, divulgada pelo colunista Elio Gaspari, do site Folha de São Paulo, revela que ambos instigavam o ex-presidente a tomar medidas extremas. “Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado”, disse Cid.

Relatório da PF não inclui Michelle e Eduardo entre indiciados

O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a trama golpista, concluído em novembro de 2024, não inclui Michelle Bolsonaro entre os 40 indiciados, e seu nome sequer é mencionado no documento. Eduardo Bolsonaro é citado apenas de forma lateral, como contato no telefone de um dos investigados.

À época do vazamento do depoimento, as defesas de Michelle e Eduardo negaram veementemente qualquer envolvimento em ações golpistas, classificando as acusações como "absurdas" e "devaneios".

Três grupos em torno de Bolsonaro

Cid descreveu três grupos distintos em torno de Bolsonaro no final de 2022. O primeiro buscava convencê-lo a admitir a derrota e liderar a oposição. O segundo, contra as medidas de ruptura, incluía o comandante do Exército, Freire Gomes.

Já o terceiro, favorável a um golpe, era dividido em uma ala "menos radical", que buscava indícios de fraude eleitoral, e outra "mais radical", que defendia medidas como a assinatura de decretos de exceção. Michelle e Eduardo estariam nessa ala mais extremista.

Indiciamentos e próximos passos

Apenas Felipe Martins e o general Mario Fernandes, citados por Cid como parte da ala radical, foram indiciados pela PF. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também indiciado, é apontado como integrante da ala "menos radical".

O relatório da PF está sob análise da Procuradoria-Geral da República, que decidirá se oferece denúncia ao STF ou arquiva o caso. Enquanto isso, Michelle e Eduardo são cotados para disputar a Presidência em 2026, no lugar de Bolsonaro, inelegível até 2030.

Para mais informações, acesse meionews.com

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