Cessar-fogo em Gaza: troca de reféns marca o início do acordo entre Israel e Hamas

A primeira fase do cessar-fogo, com duração prevista de 42 dias, inclui o intercâmbio de 33 reféns israelenses por cerca de 1.900 prisioneiros palestinos, abrangendo indivíduos sob detenção administrativa e condenados por homicídio.

Guerra já deixou mais de 48 mil palestinos mortos. | IRNA
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O cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza teve início neste domingo às 11h15 no horário local (9h15 GMT), segundo informação confirmada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. A medida foi anunciada após Hamás fornecer as identidades das três reféns que serão libertadas como parte do acordo em andamento.

Identificação das reféns

As três reféns civis liberadas incluem Romi Gonen, israelense-romena de 24 anos capturada durante o ataque ao festival de música Nova; Emily Damari, cidadã britânica de 28 anos; e Doron Steinbrecher, de 31 anos, sequestrada no kibutz Kfar Aza. Os nomes foram divulgados por Abu Obeida, porta-voz do braço armado de Hamás.

Mortes antes da trégua

Horas antes da entrada em vigor do cessar-fogo, confrontos resultaram na morte de 19 pessoas em Gaza e deixaram outras 36 feridas, conforme relatado por Mahmud Basal, porta-voz da Defesa Civil local. Apesar da trégua, a atmosfera na região permanece marcada por tensão e incerteza. “Não há alto-fogo de momento. Estamos todos em ascuas”, disse uma estudante de odontologia na Faixa de Gaza pouco antes do início do acordo.

Palestinos comemoram início do cessar-fogo - Foto: REUTERS/Mahmoud Issa

Trocas de reféns e prisioneiros

A primeira troca está programada para hoje às 16h no horário local (14h GMT), quando as três reféns israelenses serão libertadas em troca de 95 prisioneiros palestinos. O acordo prevê trocas semanais e estabelece que Hamás forneça a lista de reféns 24 horas antes de cada libertação.

A primeira fase do cessar-fogo, com duração prevista de 42 dias, inclui o intercâmbio de 33 reféns israelenses por cerca de 1.900 prisioneiros palestinos, abrangendo indivíduos sob detenção administrativa e condenados por homicídio. Além disso, negociações para a segunda etapa da trégua devem iniciar a partir do 16º dia, com foco na libertação de reféns masculinos e discussões sobre a presença israelense na região.

Desafios diplomáticos e pressão popular

Enquanto o acordo avança, a população israelense intensifica os protestos pedindo agilidade na negociação para o retorno dos 94 reféns ainda em cativeiro. Manifestações ocorreram em diversas cidades na noite de ontem, com milhares de pessoas exigindo que Netanyahu priorize as libertações antes de considerar a retomada dos confrontos.

Apesar de representarem um progresso, os acordos enfrentam desafios significativos para a sua implementação e para a construção de uma resolução mais ampla do conflito. O futuro das negociações dependerá de uma delicada combinação de cooperação internacional e concessões políticas entre as partes envolvidas.

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