A Polícia Federal identificou indícios substanciais que apontam para a possibilidade de enquadrar membros do núcleo bolsonarista no crime de organização criminosa no caso das joias. Além disso, as autoridades estão considerando a perspectiva de envolvimento do pai do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que anteriormente ocupou a posição de ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), nas investigações.
De acordo com fontes ligadas às investigações, houve êxito na identificação da distribuição de responsabilidades e no rastreamento do fluxo de recursos entre os suspeitos, incluindo o ex-presidente.
Esse mapeamento contou com o apoio de Mauro Cid, que decidiu colaborar com as investigações em diferentes frentes e em depoimentos filmados. Cid contou à PF que a movimentação financeira envolvendo Bolsonaro tinha Miami como uma das bases.
A cidade norte-americana foi o local onde, de acordo com informações da Polícia Federal, ocorreu a venda irregular de parte dos presentes oficiais que foram recebidos por autoridades do governo brasileiro. Além disso, é o local de residência do general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, e suspeito de envolvimento no esquema.
A Polícia Federal está agora intensificando os esforços para obter a colaboração do general da reserva Mauro César Lourena Cid. Ao mesmo tempo, estão verificando as informações fornecidas por seu filho, com o objetivo de, eventualmente, formalizar um acordo de delação premiada.
Com a delação, Cid pode obter mais vantagens judiciais, mas precisa entregar os outros envolvidos. O advogado Cezar Bittencourt também afirmou que as movimentações financeiras no exterior se referem a proventos recebidos pelo militar. Em relação ao que pode envolver Bolsonaro, Bittencourt esclarece que se trata apenas do valor do relógio Rolex.