Durante a ditadura militar no Brasil, de 1964 a 1985, muitos brasileiros que não aceitaram o regime ditatorial sofreram com a censura, perseguição política e principalmente com a repressão, sendo que muitos deles perderam até a vida de forma cruel. Com o fim do regime militar, muitos brasileiros encaminharam pedidos ao Ministério da Justiça, em Brasília, solicitando anistia política, que consiste na anulação da punição e o fato que causa por parte do poder público.
Para que os pedidos pudessem ser apreciados em todo o país, em 2007, durante a gestão do ministro Tarso Genro, foi criada a Caravana da Anistia, que vem percorrendo todo o país analisando esses pedidos. A caravana estará no dia 30 deste mês no Piauí. Para explicar sobre esse trabalho, o presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abraão, concedeu entrevista
ao Jornal Meio Norte.
Jornal Meio Norte - Como surgiu a ideia de fazer a Caravana da Anistia?
Paulo Abraão - Durante a gestão do ministro Tarso Genro, em 2007, percebeu-se a importância de que a apreciação dos pedidos de anistia dos perseguidos políticos, que ocorria em Brasília regularmente, pudesse circular o país, permitindo a toda a população, e ainda mais especialmente aos
jovens, conhecer nosso passado. Essa iniciativa foi sendo aprimorada nas gestões posteriores, e segue com toda a força e apoio do Ministro José Eduardo Cardozo, que afirmou recentemente considerar a Caravana e o ato de desculpas públicas aos perseguidos uma de suas atribuições mais importantes
e um dos momentos que mais lhe emociona durante seu exercício público do cargo de Ministro da Justiça. Muitas pessoas não tinham informações sobre as graves violações contra direitos humanos e liberdades fundamentais que ocorreram no passado recente do país, e é impossível construir uma República verdadeiramente democrática sem afirmar a memória e a verdade, quando o ministro da Justiça ou a Comissão de Anistia reconhece isso e pede desculpas publicamente constrói-se um referencial democrático muito significativo.
Leia a íntegra da entrevista na edição deste domingo do Jornal Meio Norte.