A participação dos candidatos dos pequenos partidos no debate realizado ontem pela TV Meio Norte se concentrou nas críticas aos adversários, às diferenças de tempo no horário eleitoral e ao financiamento de campanha em relação aos candidatos de partidos maiores. O candidato do PSOL ao Senado, Zilton Duarte (PSOL), se colocou como ?defensor radical" da classe trabalhadora e classificou os concorrentes como "políticos profissionais que mentem em época de eleição".
Zilton levantou as bandeiras de esquerda, como a reforma tributária com taxação das grandes fortunas e defendeu a extinção do Senado. ?A corrupção está associada com a não distribuição de terras e só gera fome. PSOL é o único partido que não saiu da sua trajetória já que os partidos que se diziam defensores, agora pularam desse trem?. Ao destacar que o PSOL obedece a proporção indicada pela Justiça Eleitoral de candidatas mulheres nas chapas que disputam a eleição de outubro, Duarte frisou que "tem candidatos aqui que vivem de incoerência o tempo todo".
"Acho engraçado que quase todos os candidatos ao Senado, já passaram pelo Governo e desgraçadamente ajudaram a contribuir para a miséria do trabalhador", disse o socialista. A companheira de chapa de Zilton, Marineide Albuqerque, lembrou que, se eleita, irá propor projetos que incluam as parcelas minoritárias da população piauiense, como índios, negros e mulheres. "Queremos incluir recursos em prol do desenvolvimento, mas que esse desenvolvimento não seja concentrado"..
Marineide disse que o Brasil tem o parlamentar mais caro do mundo e completou afirmando que "não contente em ganhar, ainda tem parlamentar que rouba". A afirmação gerou reações dos senadores Mão Santa (PSC) e Heráclito Fortes (DEM). A candidata citou ainda casos concretos de roubos, violência doméstica e homofobia mas se apegou no discurso de ?combinação e jogo de interesses? dos adversários. ?Sabemos que corrupção existe e campanhas com compra de voto. Nosso projeto é diferente de todos que estão aqui?, frisou.
Moisés Pinto (PMN) destacou a importância da Lei Ficha Limpa e defendeu a proposta de impedir que o governante que não completou uma obra com recursos garantidos não possa ser candidato até concluí-la. O candidato falou ainda que, se eleito, será o ?senador da família?. ?Diversas mazelas como as drogas e a prostituição podem ser combatidas no seio da família e da sociedade?, disse. ?Todos os anos batemos nas mesmas teclas e não saímos disso. Os mesmos problemas se repetem. Política não é herança que pode ser transmitida de pai para filho.", criticou Moisés.
Ele pontuou que, assim como existe o programa Luz para Todos, é necessário criar o ?Água para Todos?. ?É preciso acabar com a imoralidade do carro pipa?, acrescentou. Já o candidato do PV ao Senado, Antônio Florentino, defendeu propostas de ?infra-estrutura e desenvolvimento sustentável? para o Estado?. ?O Piauí se mantém ainda com índices sociais e econômicos ruins", argumentou. Florentino afirmou que é preciso igualar a qualidade da escola pública piauiense com a privada.
?Educação é prioridade política e orçamentária. Educação ruim leva à situações de violência. É preciso um ensino médio profissionalizante para que jovem possa entrar no mercado de trabalho", argumentou. Para R. Silva (PP), a luta por ?pisos salariais dignos? para todas as classes trabalhadoras será a principal bandeira levantada no Senado, caso seja eleito. Ele comentou ainda a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 300, da qual é defensor. ?A decepção dos militares, bombeiros e policiais civis é grande com a paralisação dessa votação na Câmara. Acredito que persistência dos militares irá vencer e teremos um piso de R$3.500 para o soldado iniciante e um fundo para ajudar o estado a custear as despesas?.
O vereador de Teresina pontuou que pretende apresentar propostas que possam mudar a legislação penal brasileira em relação aos autores de crimes sexuais. ?Esses criminosos devem ser penalizados rigorosamente e a pena deve ser cumprida em toda a sua totalidade no xadrez?, concluiu. (S.B.)