O comando da campanha presidencial do PT inaugura na segunda-feira um conselho político para discutir a estratégia de campanha de Dilma Rousseff para as eleições de outubro. O grupo será formado pelos presidentes dos partidos que já formalizaram apoio a Dilma: PMDB, PC do B, PR, PDT e PRB.
A ideia dos petistas, no entanto, é ampliar esse conselho até julho, quando as convenções partidárias terão terminado. "Esse conselho é para analisar e discutir os grandes temas da campanha do PT", disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Na prática, o conselho não deve ter muitas atribuições, mas é um sinal do PT aos aliados, mostrando que estão dispostos a garantir espaço. "Vamos socializar a campanha", disse.
Segundo o presidente do PT, os problemas estaduais para a consolidação dos palanques não serão tratados pelo conselho. "Essa questão é melhor que seja discutida bilateralmente, de partido para partido", afirmou.
Na segunda-feira, Dilma também terá um jantar com líderes governistas da Câmara. O encontro ocorrerá no momento em que a pré-candidata e o PT atuam para tentar desatar os nós entre os aliados e deslanchar um roteiro de viagens pelo país, em busca de vitrine e votos.
O jantar será servido na casa do deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), pivô de uma das principais disputas regionais entre PMDB e PT. Candidato ao Senado, Eunício pressiona o PT a retirar a pré-candidatura ao Senado do ex-ministro da Previdência e deputado José Pimentel.
De acordo com o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), os líderes das bancadas governistas devem aproveitar o encontro com Dilma para apresentar a fatura pelo apoio à candidatura.
"Vai ser uma discussão geral. Ela já tinha manifestado o interesse nessa conversa. É claro que essa questão da disputa regional, das rivalidades locais vai entrar em discussão", disse o deputado.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que organiza o encontro, desconversa sobre as dificuldades regionais e sustenta que a prioridade da reunião é a interação de Dilma com os partidos aliados. "É mais um canal de aproximação. Esses problemas regionais são tratados pelos partidos", afirmou.