
Após quase 50 dias de negociações desde o início do ano legislativo de 2025, os líderes partidários da Câmara dos Deputados chegaram a um acordo para definir os partidos que presidirão as 30 comissões permanentes da Casa. A instalação e eleição dos presidentes dos colegiados ocorrem nesta quarta-feira (19).
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante da Câmara, ficará com o União Brasil. Com isso, o MDB deve assumir a Comissão Mista do Orçamento (CMO), responsável por analisar e aprovar a proposta orçamentária enviada pelo Executivo. O acordo entre MDB e União Brasil previa a divisão dessas duas comissões estratégicas.
O Partido Liberal (PL), maior bancada da Câmara e liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ficará com a presidência de cinco comissões: Relações Exteriores e Defesa Nacional, Saúde, Segurança Pública, Turismo e Agricultura. A distribuição seguiu o critério de proporcionalidade, respeitando o tamanho de cada bancada.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, não assumirá a presidência da Comissão de Relações Exteriores, como planejava. Ele decidiu se licenciar do mandato para morar nos Estados Unidos (EUA). O PT havia criticado a possibilidade de Eduardo usar o cargo para confrontar o Supremo Tribunal Federal (STF), que julga o pai dele por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
Já o Partido dos Trabalhadores (PT), segunda maior bancada da Câmara, ficará com as presidências das comissões de Cultura, Direitos Humanos e Finanças e Tributação. A definição das comissões marca o início efetivo dos trabalhos legislativos em 2025, após semanas de disputas e negociações entre as lideranças partidárias.