Gravações feitas pela Polícia Federal mostram que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tentou comprar o controle do PRP (Partido Republicano Progressista). As informações são do jornal ?Folha de S. Paulo?.
As gravações foram feitas durante a Operação Monte Carlo, que investigava esquema de exploração ilegal de jogos de azar.
Segundo a reportagem, vários diálogos realizados entre 6 e 16 de maio do ano passado apontam o envolvimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Nos diálogos, também é citado o nome de Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
"O partido que o Marconi falou ontem é o P de pato, R, P de pato?", pergunta Cachoeira. "O cara de Brasília, que eu ajudei muito na campanha, é do partido. Eu tô olhando com ele. Hoje é chefe de gabinete do Agnelo", completa.
O tio de Monteiro é presidente do PRP (Partido Republicano Progressista) em Brasília e Claudio Monteiro foi candidato a deputado distrital pela sigla, em 2010.
CPMI
O envolvimento de Cachoeira com vários políticos, incluindo figuras graúdas como o senador Demóstenes Torres (ex-DEM e atualmente sem partido) e os governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), fez com que o Congresso Nacional criasse uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito).
Na próxima quarta-feira pela manhã, a comissão receberá das mãos de um oficial de Justiça os autos do processo com os inquéritos das operações realizadas pela Polícia Federal que revelam o envolvimento de parlamentares no esquema fraudulento orquestrado por Cachoeira, que está preso em Brasília.