No depoimento sigiloso à CPI do Cachoeira, o delegado Raul Alexandre Souza revelou uma faceta violenta do grupo de Carlinhos Cachoeira, citando "uma ampla sorte de crimes de natureza grave". Segundo o delegado, Cachoeira mandou sequestrar e grampear pessoas do seu grupo para punir traições.
A sessão foi reservada. "Em 19 de abril de 2009 um determinado funcionário foi sequestrado e mantido em cárcere privado em razão de desconfiança de Carlos Cachoeira de fraudes no recolhimento de máquinas caça níqueis", afirmou.
Dadá, afirmou o delegado, "chega a mencionar em ligação telefônica que trabalhava para Cachoeira há mais de dez anos", o que comprovaria a relação profissional entre os dois. Esses fatos, informou o delegado na CPI, podem configurar ameaça, sequestro e cárcere privado e lesão corporal.
O delegado relatou ainda que após um assalto a casa de um de seus gerentes, Cachoeira "faz contatos, entre outros, com delegado da Polícia Civil e orienta as investigações visando identificar os assaltantes" e "se empenha junto a comparsas que exercem cargos públicos para quebra de sigilo funcional de seus próprios funcionários com o intuito de verificar se algum deles pode ter envolvimento no assalto." O delegado afirmou que trata-se de violação criminal a lei de interceptação telefônica.
O senador José Pimentel (PT-CE) questionou o delegado sobre o sequestro. "Dadá e Jairo abordam um funcionário e o Cachoeira manda dar uma prensa, dar um pescoção nele. A gente temeu muito pela vida dele", detalhou o delegado. Conforme o delegado, o funcionário foi solto porque uma pessoa próxima a Cachoeira interfere "e consegue garantir a integridade desse funcionário que foi sequestrado".