Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 21 de maio, o brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, afirmou que o general Freire Gomes, então comandante do Exército, alertou o ex-presidente Jair Bolsonaro de que teria de prendê-lo caso uma tentativa de golpe fosse colocada em prática.
O vídeo com o depoimento de Baptista Júnior foi divulgado nesta terça-feira (22), por decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo sobre tentativa de golpe na Primeira Turma do STF.
Segundo o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), o alerta de Freire Gomes a Jair Bolsonaro ocorreu durante uma reunião de teor golpista realizada no Palácio da Alvorada, após o segundo turno das eleições de 2022.
Durante o encontro no Palácio da Alvorada, o ex-presidente Jair Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas teriam discutido "possíveis formas de atentar contra o regime democrático, com base em dispositivos da Constituição".
Foi nesse contexto que o brigadeiro Baptista Júnior presenciou o general Freire Gomes, então comandante do Exército, advertir Bolsonaro de que o prenderia caso a proposta golpista avançasse. Na gravação divulgada pelo STF, o ministro Luiz Fux questionou Baptista Júnior sobre como ocorreu o alerta de Freire Gomes. O ex-comandante da FAB respondeu:
"Durante as discussões, como eu disse, a partir do dia 11, dia 14 [de novembro] nós começamos a imaginar que os objetivos políticos de uma medida de exceção não eram para garantir a paz social até o dia 1º de janeiro. E foi dentro desse contexto que o general Freire Gomes colocou [a questão da prisão]", disse Baptista Júnior.
"[O alerta de prisão] foi no âmbito dessa discussão de possíveis estados de exceção sem os pressupostos necessários para que eles sejam feitos", completou o brigadeiro.