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Brics defende uso de moedas locais para reduzir dependência do dólar e critica sanções unilaterais

O documento também pede reforma urgente do Conselho de Segurança da ONU e enfatiza o compromisso com acordos climáticos. Confira o texto na íntegra

Brics defende uso de moedas locais para reduzir dependência do dólar e critica sanções unilaterais | Foto: Reprodução
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Neste domingo (06/07) o Ministério das Relações Exteriores publicou a Declaração do Rio de Janeiro, carta final da cúpula que reuniu os chefes de Estado dos 11 países-membros do Brics no Museu de Arte Moderna, no centro do Rio. O documento apresenta uma ampla pauta econômica e política, com destaque para o incentivo ao uso de moedas locais nas transações comerciais, estratégia que visa diminuir a influência global do dólar americano e aumentar a autonomia financeira dos países emergentes.

A proposta integra um pacote de medidas para ampliar a cooperação econômica e reforçar a atuação do bloco no cenário internacional. O texto também faz críticas diretas às sanções unilaterais, consideradas prejudiciais ao comércio e ao desenvolvimento, embora sem mencionar explicitamente quais nações seriam responsáveis pelas restrições.

Confira os principais pontos da Declaração:

Reforma do sistema internacional e multilateralismo

Os líderes defenderam a modernização urgente do Conselho de Segurança da ONU, com inclusão de novos assentos permanentes e maior voz dos países em desenvolvimento, sobretudo África, América Latina e Caribe. O documento condena medidas unilaterais que fragilizam a governança global e violações do direito internacional.

Desdolarização e cooperação financeira

O bloco reiterou apoio à ampliação do uso de moedas locais e sistemas de pagamento próprios entre os países do Brics, como forma de reduzir a dependência de moedas de reserva estrangeiras e fortalecer o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). A meta é criar mecanismos mais estáveis de financiamento e comércio.

Mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável

Os chefes de Estado reafirmaram seus compromisso com o Acordo de Paris e o financiamento climático e o encontro enfatizou a necessidade de promover uma transição energética justa, com apoio técnico e financeiro aos países em desenvolvimento.

Conflitos e segurança global

O documento reforçou o compromisso com soluções diplomáticas e pacíficas para conflitos, com ênfase na defesa de uma solução negociada de dois Estados entre Israel e Palestina. Também expressou preocupação com a escalada de tensões no Oriente Médio e condenou ataques a infraestruturas civis.

Saúde e desigualdade social

Os países do Brics lançaram também a Parceria para Eliminar Doenças Socialmente Determinadas, com prioridade para ampliar o acesso a vacinas e fortalecer os sistemas de saúde pública.

Inovação e transformação digital

Os  avanços na inteligência artificial e na digitalização de serviços financeiros também foram destacados pelos representantes que defenderam o uso responsável das novas tecnologias e acordos de cooperação científica.

Cooperação setorial

O bloco se comprometeu a ampliar iniciativas conjuntas em agricultura, comércio, turismo, educação e juventude, criando novos fóruns e mecanismos de integração econômica.

A Declaração do Rio de Janeiro está disponível no site oficial do Ministério das Relações Exteriores, com todos os compromissos, propostas e posicionamentos detalhados do Brics nesta cúpula. Confira o texto na íntegra

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