Brasil se prepara para o G20, por José Osmando de Araújo

Brasil se prepara para sediar a cúpula do G20 em 2024, com foco em questões ambientais e climáticas

Lula participa de encontros bilaterais no Japão | div
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Por José Osmando de Araújo

O Brasil se prepara para ser a sede, em novembro de 2024, da cúpula do G20, o mais importante encontro político e econômico entre nações, que reúne as 20 maiores economias globais. Se contarmos 10 outros países não-integrantes natos, que serão convidados a participar do evento, teremos aí o mais relevante e oportuno fórum mundial, com centralidade, além das questões econômicas, nos temas relacionados ao meio-ambiente, à biodiversidade e às adversidades climáticas do planeta.

O G20 acontecerá no Rio de Janeiro, cidade definida pelo Presidente da República no início deste mês de maio, acolhendo apelo feito pelo governador do Estado, Cláudio Castro, embora o desejo inicial de Lula é que o evento ocorresse na região amazônica, provavelmente em Belém do Pará. A infraestrutura, a comodidade e a tradição turística do Rio, no entanto, levaram vantagem.

TROCA DE EXPERIÊNCIAS

O governo está apostando todas as fichas no pleno sucesso desse grande acontecimento, porque será uma oportunidade rara de ter no país os presidentes e lideranças dos mais importantes países do mundo, discutindo as questões essenciais de interesse da humanidade, num momento em que o diálogo e a troca de experiências passam a ser a mais influente e salutar conduta política.

Diante de tamanha importância, essa viagem do Presidente Lula ao Japão, convidado para participar da cúpula do G7, que acontece neste domingo, serve bastante como palco para motivar os líderes mundiais em torno do G20 do Brasil, recolhendo de cada um e de seu conjunto um espelho sobre que questões fundamentais serão tratadas aqui.

ECONTROS BILATERAIS

Foi com essa intenção de organizar a agenda do Presidente Lula para o G7, mas também de preparar o clima para o G20, aliás, que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passou alguns dias no Japão, na semana passada, tendo encontros bilaterais com representantes de outras nações.  O próprio ministro manifestou sua opinião sobre esse evento, afirmando que é necessário preparar o terreno para que o Brasil assuma de vez o protagonismo merecido, “pois nossa economia ficou muito isolada, e o mundo está celebrando o fato de que voltamos  à mesa de negociações, em busca de democracia, paz, combate à fome, equilíbrio ecológico e prosperidade com justiça social.”

Além do fórum principal deste domingo, em que estarão sentados os líderes das sete maiores economias mundiais, os encontros bilaterais que o Presidente Lula está tendo com dirigentes de ouros países, têm exatamente, como pano de fundo,  o G20 como foco. Todo o chão pisado agora pelo presidente brasileiro, foi previamente preparado por Haddad na sua viagem anterior. 

ECONOMIA VERDE

O mundo vive uma fase de transição para a economia verde, com esperança de desenvolvimento com sustentabilidade socioambiental, um tema que será bastante debatido e que tem o Brasil como um protagonista exponencial, em razão das vantagens primordiais de solo, de vastidão territorial, condições naturais de clima, sol e ventos, além de um avançado estágio de pesquisa e desenvolvimento tecnológico já em prática na geração progressiva de energias renováveis, caminho sólido para a produção de hidrogênio verde, o tão sonhado combustível do futuro.

Ao lado de posições firmes que o Presidente Lula tem assumido desde que voltou ao governo, como o combate às desigualdades sociais crescentes, os preocupantes desequilíbrios do clima, a dependência comercial dos países, em face do histórico predomínio do dólar sobre acordos bilaterais, os problemas de beligerância entre nações, a necessidade de se alcançar desenvolvimento com justiça social, o G20 tratará de  assuntos de enorme relevância que colocarão o Brasil em posição avançada de liderança. O importante fórum, por sua dimensão, abre, sem dúvida, grandes oportunidades futuras para fortalecimento da reputação e das relações econômicas e políticas. 

PROBLEMAS SOCIAIS E GEOPOLÍTICOS

O G20 é formado por Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Reino Unido, Turquia, Estados Unidos e União Europeia. A maioria dos países integrantes enfrenta sérios problemas sociais e geopolíticos, guerras, desastres naturais, escassez de energia, greves, pobreza e inflação. Isso carrega reflexos para os campos de saúde, alimentação, agricultura, comércio exterior e industrialização.

Mesmo sabendo que o Brasil não está imune a muitos desses problemas, permanecendo um país muitíssimo desigual, tem-se por certo, contudo, que as condições naturais e territoriais, e a nova disposição política que chegou ao poder em janeiro de 2023, o favorecem como sério candidato a liderar a apresentação de soluções para a maioria dos problemas que aqui serão tratados.

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